terça-feira, 17 de setembro de 2013

Quercus satisfeita com transição mais rápida para biocombustíveis de segunda geração

LUSA

13/09/2013 - 17:31

CLARO CORTES/REUTERS (ARQUIVO)

A Quercus manifestou-se nesta sexta-feira satisfeita pela aprovação,
no Parlamento Europeu, de medidas para acelerar a transição dos
biocombustíveis clássicos para os de segunda geração, a partir de
algas ou resíduos, baixando as emissões de gases com efeito de estufa.

A associação ambientalista refere, no entanto, em comunicado, estar
apreensiva em relação à decisão final do Conselho Europeu, que deverá
ocorrer antes das eleições europeias de 2014, o que "traz muita
incerteza quanto ao futuro deste sector na União Europeia".

Na quarta-feira, os eurodeputados aprovaram regras para acelerar a
transição dos biocombustíveis clássicos, como o etanol ou o biodiesel,
para os de segunda geração, como os produzidos a partir de algas ou
resíduos florestais e urbanos.

As medidas pretendem reduzir as emissões de gases com efeito de estufa
resultantes da crescente utilização de terrenos agrícolas para a
produção de biocombustíveis.

O Parlamento Europeu defende que a quota de energia proveniente de
biocombustíveis "clássicos" ou de primeira geração, produzidos a
partir de cereais e outras culturas, como as açucareiras ou as
oleaginosas, não deve ser superior a seis por cento do consumo final
de energia nos transportes em 2020, meta que era de dez por cento.

"As organizações não governamentais, como a Quercus, consideram
importante a meta de seis por cento para reduzir a procura de
biocombustíveis na Europa à custa da desflorestação e uso dos solos
agrícolas, sobretudo em países em desenvolvimento, e as emissões de
gases com efeito de estufa associadas", aponta a associação.

A Quercus explica que a meta de seis por cento se aplica não só a
culturas agrícolas que podem entrar em competição com a alimentação
humana e animal, como a soja, a colza e a palma, utilizadas para
produzir biodiesel, mas também a outras culturas não utilizadas para a
alimentação, mas que competem pelo mesmo espaço agrícola.

Os ambientalistas realçam o voto favorável dos eurodeputados sobre uma
quota de energia para os biocombustíveis de segunda geração, que devem
representar, pelo menos, 2,5 por cento do consumo final de energia no
sector dos transportes em 2020, "abrindo assim as portas à inovação
neste sector".

"Os eurodeputados votaram contra uma quota para a energia eléctrica
renovável no sector dos transportes e contra uma meta pós 2020 para
redução de emissões de gases com efeito de estufa para os
biocombustíveis, deixando incerto o futuro do sector nas mãos da
Comissão Europeia", alerta ainda a associação.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/quercus-satisfeita-com-transicao-mais-rapida-para-biocombustiveis-de-segunda-geracao-1605758

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