sábado, 11 de maio de 2013

Futuro do interior passa pela exportação de produtos endógenos

10-05-2013




O desenvolvimento do interior de Portugal passa pela exportação de
produtos endógenos e por políticas de criação de emprego em vez da
aposta nas infra-estruturas, afirmou o director regional da
Agricultura e Pescas do Norte.

A filosofia de investimento para os próximos anos deverá ser «muito
diferente» da de hoje porque terá de estar focada na criação de
emprego e não nas infra-estruturas, frisou Manuel Cardoso no colóquio
"Alto Tâmega 2020: Desafios e Oportunidades", na vila de Vidago,
Chaves.

«É fundamental apostar na produção de bens exportáveis que representem
uma fonte de riqueza e sobrevivência para as populações», acrescentou.
Nesta nova estratégia de desenvolvimento, o dirigente considerou que a
agricultura e as florestas desempenham um papel «muitíssimo
importante».

A aposta na valorização dos produtos endógenos é, na sua opinião, uma
forma de fixar pessoas nos territórios do interior do país e uma arma
no combate ao desemprego e despovoamento.

Manuel Cardoso relembrou que, até hoje, o investimento estava «muito
focado» na construção de infra-estruturas e equipamentos, pelo que
deve de haver uma alteração de paradigma face à conjuntura atual.

«O desenvolvimento regional passa pelos bens transaccionáveis e por
uma visão integradora no resto do país», disse. Segundo o dirigente,
para potenciar o Norte, nomeadamente a região do Alto Tâmega, é
necessário criar um bom relacionamento institucional, fomentar o
associativismo, ganhar escala, fazer uma melhor gestão da água e da
qualidade ambiental.

Além disso, disse, é fundamental redimensionar as propriedades e
fomentar o emparcelamento, «problema» que poderá ser resolvido pela
nova legislação e que trará «mais-valias» importantes.

Nos próximos anos, avançou, Portugal vai «dispor de uma série de
instrumentos legais que não possuía para apoiar novos investimentos na
modernização da estrutura fundiária».

«Temos pessoas, território, gastronomia, turismo, património, cultura
e identidade para nos batermos com o que de melhor existe no resto do
mundo», frisou Manuel Cardoso.

Na mesma linha de ideias, o docente da Universidade de Trás-os-Montes
e Alto Douro (UTAD), Luís Tibério, entendeu que a projecção da região
Norte passa pela produção de produtos com qualidade de «excelência».

«Não basta dizer que os produtos são os melhores do mundo, é
importante construir a sua qualidade, atestá-la e dá-la a conhecer»,
disse.

E, acrescentou, os produtos de Trás-os-Montes não têm qualidade, mas
sim um «perfil» de qualidades constituindo um potencial de
oportunidades económicas para as pessoas e para o território.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia46333.aspx

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