Sociedade 2 Jun 2012, 09:11h
Nos anos 70 do século passado, altura em que João Sardinha iniciou a
sua carreira de enólogo, era arriscado chegar a um estabelecimento e
pedir um jarro de vinho da casa já que a qualidade no néctar não
estava muitas vezes apurada. "Se algumas tabernas faziam gala em ter o
melhor vinho em muitas outras isso não acontecia", constata o
especialista, que na tarde de quarta-feira, 30 de Maio, foi o 44º
convidado da Conversa da Taberna, na Quinta das Pratas, no Cartaxo.
O enólogo, residente na cidade que reclama o título de "Capital do
Vinho", reconhece que actualmente já não é assim. "Hoje em dia não há
maus vinhos. Há vinhos de que se gosta menos e outros de que se gosta
mais".
João Sardinha falou sobre a arte que domina desde 1977, altura em que
a actividade estava ainda envolta num certo secretismo. "As pessoas
tinham receio de perder as empresas para as quais trabalham. Para
ninguém ocupar o seu lugar não diziam o que punham no vinho", explica
João Sardinha. Não se que se tratassem de susbstâncias ilícias mas
havia o hábito de não revelar as quantidades de produtos aplicados. O
segredo era a alma do negócio.
Na altura não existiam muitos enólogos mas técnicos ou regentes
agrícolas que dominavam as matérias e colaboravam regularmente com as
casas agrícolas.
Até 1974 o vinho vivia muito do mercado colonial e os consumidores de
então eram menos exigentes. Não havia livros nem revistas dedicadas ao
vinho e eram poucos os néctares engarrafados.
http://www.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=&id=51679&idSeccao=479&Action=noticia
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