Áudio Capoulas Santos entrevistado por Daniel Rosário
Renascença falou com o eurodeputado Capoulas Santos, relator da
proposta do Parlamento Europeu.
02-06-2012 3:23 por Daniel Rosário
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A proposta do Parlamento Europeu para a reforma da Política Agrícola
Comum (PAC) pretende reequilibrar a distribuição de ajudas entre
países mais influentes e nações de menor poder de intervenção na União
Europeia.
Mas como também na PAC os mais ricos são os mais poderosos, no caso a
Alemanha e a França, o objectivo de equilibrar a distribuição de
ajudas entre países da União Europeia fica aquém da vontade de muitos
protagonistas.
Actualmente um agricultor francês recebe 296 euros por hectare, um
português 187 euros e um letão apenas 94 euros. As propostas da
Comissão Europeia tentam reduzir este fosso de forma tímida e a
proposta de posição do Parlamento Europeu, da autoria do ex-ministro
português da agricultura Capoulas Santos, tenta ir um pouco mais
longe, embora consciente das limitações.
"Para uns, e até para mim próprio, podia dizer que este é um avanço
tímido, gostaria de ir mais além. Para aqueles que vão ser os
pagadores, este é um avanço dificilmente aceitável, sobretudo, no
contexto de crise financeira que vivemos. Penso que atingir os
objectivos da minha propostas seria um resultado espectacular, tendo
em conta as circunstâncias", afirma Capoulas Santos, em entrevista à
Renascença.
As alterações que o ex-ministro quer introduzir à proposta da Comissão
poderão fazer com que o valor a receber pelo agricultor francês desça
de 296 para os 279 euros por hectare, enquanto os montantes auferidos
pelo português e pelo letão subirão, respectivamente, para os 209 e os
172 euros.
Este cenário fará com que Portugal possa ver reforçado o seu pacote
financeiro no âmbito das chamadas ajudas directas, no período entre
2014 e 2020.
Se a proposta da Comissão Europeia já previa um aumento de 100 milhões
de euros para Portugal, caso as posições do eurodeputado socialista
Capoulas Santos vinguem no debate esse aumento poderá rondar os 350
milhões de euros.
Uma das modificações que Capoulas Santos quer introduzir naquela que é
a mais antiga e cara das políticas comuns europeias é que os
agricultores possam, no futuro, enfrentar as situações de seca com
apoios europeus, à semelhança do que acontece com outras catástrofes
naturais.
A primeira discussão ainda este mês do relatório em comissão
parlamentar constituirá o primeiro passo de um longo processo em que o
documento será sujeito a uma intensa negociação e a inevitáveis
negociações.
No fim desse caminho constituirá a posição do Parlamento Europeu nas
negociações da reforma da PAC, que na sequência do estabelecido no
Tratado de Lisboa será discutida e aprovada, em pé de igualdade, pelos
parlamentares e os governos da União.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=64793
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