Publicado hoje às 07:04
Nunca como no último ano tantas pessoas abandonaram o trabalho na agricultura. Em comparação com 2012, foram 50 mil os que voltaram as costas ao mundo rural.
Nunca existiram tão poucos portugueses a trabalhar na agricultura como no último ano. A queda de pessoas empregadas no setor primário agravou-se mesmo no último trimestre de 2013, que teve os valores mais baixos desde que existem registos no Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em resposta enviada à TSF, o Ministério da Agricultura defende que a evolução do emprego no setor caracteriza-se frequentemente por uma diminuição «cíclica» no último trimestre «associada às características da própria atividade».
O gabinete de Assunção Cristas sublinha ainda que menos emprego não significa menos rendimento, como provam alguns números: em 2013 o setor agrícola cresceu 4,8%, em volume; de setembro a novembro as exportações aumentaram 9,3%; e a produtividade do trabalho agrícola cresceu 33,3% entre 2000 e 2013.
Os dados consultados pela TSF mostram ainda que, para além da agricultura, também a pesca e a indústria perderam trabalhadores no último trimestre (e no último ano). Pelo contrário, o setor dos serviços foi claramente aquele que mais ajudou à quebra da taxa de desemprego.
O regresso às minas, por exemplo, tão falado pelo Governo em 2012, está longe de ter efeitos no emprego. As indústrias extrativas empregaram no último trimestre de 2013 menos 21% das pessoas que em igual período do ano anterior (15.500 pessoas para 13.000).
Nas indústrias transformadoras também existiu uma queda, mas muito ligeira (-2% de população empregada no setor).
A maior descida sentiu-se contudo no setor primário. Os dados consultados permitem perceber que por norma os últimos trimestres de cada ano têm uma queda do emprego neste setor, mas outubro a dezembro de 2013 registou o número mais baixo de sempre de portugueses a trabalhar na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (pelo menos desde que o Instituto Nacional de Estatística faz o inquérito ao emprego que começou em 1998).
A descida foi muito acentuada nos setores associados ao trabalho no campo, que tinham recuperado, pela primeira vez, numa década, postos de trabalho em 2012.
Perto de 401 mil portugueses trabalhavam no final de 2013 nos setores da agricultura, produção animal, caça, floresta. Eram 451 mil em igual período do ano anterior.
Para além do campo, também a pesca e a aquicultura tiveram uma queda acentuada (-17%). No final de 2013, apenas 13.500 portugueses viviam da apanha de peixe.
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