O apoio deste programa ultrapassou os 273 milhões de euros (prémio de instalação e subsídio), alavancando um investimento global de 290 milhões de euros
Quase 3.500 jovens instalaram-se na agricultura na zona norte do país, beneficiando de um apoio do programa PRODER de 273 milhões de euros, que foi aplicado nas mais variadas áreas de negócio, segundo dados da direção regional.
De acordo com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) ajudou a instalar 3.496 jovens agricultores até janeiro de 2014, um pouco por toda a região norte.
O apoio deste programa ultrapassou os 273 milhões de euros (prémio de instalação e subsídio), alavancando um investimento global de 290 milhões de euros.
E a aposta destes novos agricultores vai para as mais variadas áreas de negócio.
No concelho de Vila Pouca de Aguiar encontram-se vários exemplos.
Rui Lagoa, 35 anos, tinha o 'bichinho' da agricultura, uma herança dos pais e avós e, por isso, resolveu investir na produção de frutos vermelhos, com destaque para o mirtilo, mas também framboesa e morango.
Instalado em Covelo, Vila Pouca de Aguiar, este jovem disse à agência Lusa que começou a produzir em 2013 e que transforma ainda os frutos em compotas, licores e chás.
No ano passado, vendeu já alguma da sua colheita para a Holanda mas procura agora novos espaços, como lojas gourmet, onde possa comercializar os seus produtos.
O projeto, que contou com o apoio do PRODER, teve um investimento na ordem dos 115 mil euros.
Um pouco ao lado, em Souto, Sandrina Alves, 32 anos, está a construir salas de produção de cogumelos pleurotus em substrato.
A empresária, que trabalha numa associação local como técnica de micologia, prevê começar a produzir em junho ou julho deste ano, depois de um investimento de cerca de 100 mil euros.
Os cogumelos serão, na sua maioria, destinados à exportação.
Sandrina Alves encara a aposta neste projeto como um complemento à sua atividade, bem como uma forma de ganhar experiência e saber na área.
Rui Agostinho, 42 anos, transformou a paixão pela apicultura, que herdou do pai, numa oportunidade de negócio.
Submeteu o projeto para a instalação de 400 colmeias, na aldeia da Lixa do Alvão, em 2010 e, atualmente, vende a sua produção para um intermediário que exporta para a Alemanha.
O investimento global deste produtor foi de 60 mil euros.
Apesar das condições climatéricas condicionarem a atividade, Rui Agostinho está confiante que esta vai ser uma "aposta ganha".
"O ano de 2013 em mel foi quase nulo. Não tive produção quase nenhuma. Foi muito mau", lamentou.
A este constrangimento juntou ainda a perda de algumas colmeias e, segundo explicou, a opção por um modo de produção biológica representa ainda custos acrescidos, porque tudo o que utiliza, desde os tratamentos às ceras, tem de estar certificado.
Segundo os dados da DRAPN, é no Douro que se concentra a maior parte dos beneficiários do norte do país, nomeadamente 1.249 jovens agricultores, seguindo-se Cávado-Vouga (443), Alto Trás-os-Montes (433), Nordeste Transmontano (429) e Alto Minho (384).
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário