201128 Janeiro, 2014 05:37 | Revista de Vinhos
A mais conhecida revista americana acabou de dar a mais alta pontuação de sempre a um vinho não-generoso português. O duriense Pintas 2011 detém neste momento o recorde, com 98 pontos. Mas as boas notícias não acabam aqui...
Jorge Serôdio Borges e Sandra Tavares da Silva são marido e mulher e têm certamente muita coisa para celebrarem. Agora têm mais uma: o seu vinho tinto Pintas, da colheita de 2011, acabou de receber 98 pontos na revista americana Wine Spectator. Esta pontuação é a mais alta dada por esta revista a um vinho não-generoso português; o anterior máximo estava na posse do Quinta do Vale Meão 2004, com 97 pontos (veja o próximo painel da Revista de Vinhos de Fevereiro, dedicado aos tintos com dez anos, onde este vinho entrou). Curiosamente, mesmo esta pontuação foi igualada pela Meão e pelo Chryseia de 2011, todos tintos do Douro. O Quinta do Vallado Field Blend Reserva ficou logo atrás, com 96 pontos.
A fonte desta noticia é uma newsletter da própria Wine Spectator, que faz uma antevisão do que irá surgir no site e na revista impressa. Como tal, não detalha as circunstâncias da prova mas suspeitamos que se trata de um painel de tintos do Douro de 2011, à semelhança do que a revista fez com os Porto Vintage 2011, pontuados de forma ainda mais magnífica (veja aqui). Os vinhos foram provados por Kim Marcus, o provador da revista americana que avalia vinhos de Portugal (e não só...).
Só como referência - e vale o que vale - mas nos últimos 12 meses, só 33 vinhos conseguiram esta pontuação ou superior. Falamos de TODOS os vinhos provados pela Wine Spectator, qualquer que seja a proveniência ou estilo; e estamos a falar de um leque certamente bem superior à dezena de milhar de vinhos. Note-se ainda que esta revista, tal como muitas outras de diversos países, consegue provar muitos vinhos que nunca vão entrar em qualquer concurso, por mais prestigiado que seja. O exemplo mais evidente é o Penfolds Grange de 2008, o mais mítico dos vinhos australianos, que foi o único a conseguir, durante o ano passado, a pontuação perfeita (100 pontos) na revista americana. Só por curiosidade, podemos referir ainda que, de todos os vinhos espanhóis provados por esta revista desde sempre, só um conseguiu uma pontuação superior: um Marques de Riscal de 1945, com 99 pontos; de resto, três vinhos espanhóis conseguiram 98 pontos, mas todos bastante antigos: o Marqués de Murrieta de 1898 (!), e os Marqués de Riscal de 1924 e 1964.
Estas pontuações confirmam à saciedade a excelência da colheita de 2011 no Douro, tantos nos tintos como no Vinho do Porto. Mas poderá ainda marcar uma pequena viragem dos críticos internacionais em relação aos vinhos portugueses não generosos, muito carecidos da atenção e notoriedade.
Sem comentários:
Enviar um comentário