O Adegga criou um copo de vinho inteligente que envia informação sobre os vinhos provados para o e-mail de cada provador
05/04/2014 | 00:00 | Dinheiro Vivo
O primeiro sinal surgiu em França, e o contágio alastra-se agora pelo resto da Europa. Já não há crença nem antídoto que lhes valha. Prometeram, mentiram, voltaram a prometer e voltaram a mentir. Passados todos estes anos nunca aprenderam e a hemorragia parece incontrolável. Entrámos na era em que de nada servem as campanhas, os comícios e os debates políticos. Só a abstenção parece capaz de alcançar novas maiorias absolutas.
Para evitar que a história se repita - e que o trabalho árduo de provar vinhos em feiras e encontros seja todo deitado por água abaixo - a equipa do Adegga, uma rede social que reúne referências, marcas e avaliações de vinhos, acaba de apresentar o Smart Wine Glass, um copo de vinho com memória.
“A ideia de associar a um copo de vinho uma memória portátil que é automaticamente transportada para uma memória digital surgiu de uma necessidade. Foi, no fundo, uma tentativa de encontrar solução para um problema nosso”, explica André Ribeirinho, cofundador da Adegga, uma rede social de consumidores de vinhos que já deu origem a um mercado português de vinhos - entretanto exportado para Bruxelas, Copenhaga e Munique.
A equipa do Adegga começou a pensar numa alternativa aos tradicionais blocos de apontamentos no início de 2013 mas recusava avançar sem primeiro testar a ideia num evento próprio. No último Adegga Wine Market, os copos - que incluem um chip que, em conjunto com um aparelho que cada produtor tem na sua mesa de provas, memoriza a informação e envia contactos, informação de produtores e marcas em prova aos clientes - foram testados. A experiência correu tão bem que André Ribeirinho e os seus dois sócios, Daniel Matos e André Cid, levaram o extraordinário recipiente a concurso. A vitória do copo português nos Wine Business Innovation Summit, em Munique, surpreendeu até os próprios criadores - que estavam a concorrer com 24 'startups' e oito produtos inovadores finalistas. E serviu para acelerar o trabalho para o lançamento do novo produto.
O copo desenvolvido tem um chip que reúne todas as características relevantes dos vinhos provados pelo seu dono em feiras e provas de vinhos. “Depois, por estar associado ao e-mail, é capaz de enviar informações sobre os vinhos provados para o e-mail correspondente de maneira a que, quando chegue a casa, o cliente tenha o relatório completo sobre produtores, vinhos, rótulos e outras marcas do mesmo produtor.”
Além de ajudar os visitantes a encontrarem toda a informação disponível sem esforço, esta ideia “permite aos produtores comunicarem outras marcas da sua produção e acrescentarem detalhes e novidades àquilo que já passaram aos clientes na feira ou no mercado de vinhos”, esclarece André Ribeirinho.
Para desenvolver o copo inteligente, o Adegga juntou-se à empresa Mobility Now. “À medida que íamos desenvolvendo o produto, íamos percebendo o que funcionava e o que não funcionava, adaptando até chegarmos ao produto final.”
Entretanto, em março, surgiu a oportunidade de testar o Smart Wine Glass pela primeira vez fora de Portugal: o Rio Vinhos Portugal, no Rio de Janeiro - o primeiro encontro de vinhos organizado numa parceria entre os jornais brasileiro e português O Globo e Público, vai acontecer entre 23 e 25 de maio. “Na prática, este é o nosso primeiro cliente internacional e estamos à espera de receber perto de mil pessoas no encontro”, esclarece ainda André Ribeirinho.
No futuro, o negócio consiste no aluguer da tecnologia que permite aos copos enviar todo o tipo de informações para produtores, clientes e afins. O preço do uso da tecnologia desenvolvida pela equipa portuguesa varia consoante o número de visitantes e produtores de cada evento e a implementação da estrutura custa cerca de 3 mil euros.
Sem comentários:
Enviar um comentário