Lusa
27 Fev, 2014, 18:51
O presidente da Casa do Douro (CD) mostrou-se hoje confiante numa solução para os problemas da instituição que agrade a todas as partes, depois da atitude de inclusão e de diálogo demonstrada pelo Governo.
"Não trazemos nada resolvido, mas viemos com a convicção de que as mentes se abriram e que dessa postura poderão surgir soluções que agradem a todas as partes", afirmou Manuel António Santos à agência Lusa.
A direção da CD reuniu novamente com o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, na quarta-feira, uma semana depois de o governante ter apresentado uma proposta de solução dos problemas da organização duriense que Manuel António Santos classificou como "indecorosa".
Esta associação, sediada no Peso da Régua, é de direito público e de inscrição obrigatória para os viticultores durienses e possui uma dívida total que rondará os 160 milhões de euros, dois quais 30 milhões correspondem a juros de mora.
O secretário de Estado da Agricultura já disse que a solução para a CD passa pela venda de vinho, património e revisão dos estatutos, passando a ser de inscrição voluntária.
Para analisar a situação da CD e encontrar uma solução final, o Governo criou um grupo de trabalho interministerial, dividido em oito subgrupos.
Manuel António Santos não quer entrar em pormenores sobre o documento apresentado pelo Governo e explicou que, esta semana, a instituição entregou a sua própria argumentação.
"Demonstramos porque é que o documento é inaceitável e muitos dos nossos argumentos foram tidos como válidos. Portanto achamos que reentramos no bom caminho, isto é, reentramos nos carris", salientou.
O dirigente referiu ainda que "finalmente" o Governo "teve uma postura de incluir" e de "ouvir" a CD.
Manuel António Santos disse ainda que, nos próximos tempos, decorrerão reuniões regulares entre a instituição e o Ministério da Agricultura, no sentido de se trabalhar numa solução final.
E, se se mantiver "o clima de bom entendimento", o dirigente espera que, no final, se consiga "um acordo que satisfaça e seja honesto para todos".
"Os próximos meses, não muitos, já mostrarão claramente se chegamos ou não a um acordo ", sublinhou.
Para além da dívida, a instituição possui ainda o problema da falta de pagamento de vencimentos.
Dentro da CD trabalham funcionários pagos pelo Estado e outros privados, sendo que alguns destes acumulam 40 meses, cerca de três anos, de salários em atraso.
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