Lusa
27 Fev, 2014, 08:46
Os estudantes de Coimbra aprovaram, durante a noite de hoje, em assembleia magna, a procura de uma convergência com universidades e com politécnicos no combate aos cortes no ensino superior, tendo rejeitado, porém, a possibilidade de manifestações.
A moção, que foi apresentada pela direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), foi aprovada por larga maioria e procura uma aproximação entre movimento associativo estudantil, Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) para serem tomadas "posições conjuntas" entre os três sobre o financiamento e a reforma do ensino superior.
Na mesma assembleia magna, que começou por volta das 21:30 de quarta-feira e que terminou às 01:30 de hoje, foram rejeitadas duas propostas de manifestações, uma local, a realizar-se a 12 de março, e outra nacional, a 24 de março, Dia Nacional do Estudante.
Ricardo Morgado, presidente da AAC, que votou contra a realização das duas manifestações, afirmou à agência Lusa que "haveria falta de tempo para organizar uma manifestação nacional" e que a sua realização poderia "criar um conflito entre a procura de convergência" com o CRUP e o CCISP.
A associação quer dinamizar "uma convergência e, para isso, não pode chegar já lá com uma proposta de manifestação", disse Ricardo Morgado.
O presidente da direção-geral da AAC salientou a necessidade de convergência para uma postura "mais forte".
"Os consensos terão que ser criados, porque o fim que os três almejam, se não é o mesmo, é muito parecido", defendeu.
Alexandra Correia, que apresentou a moção referente à manifestação nacional para 24 de março, criticou a direção-geral por votar contra a proposta, considerando os seus argumentos "uma desculpar para não se fazer nada".
"Nos últimos dois anos observaram-se várias ações simbólicas", promovidas pela direção-geral, com a intenção apenas "de mostrar que estava lá", comentou.
Para a estudante da plataforma Universidade contra a Austeridade, "a manifestação nacional era fundamental para se pressionar o Ministério".
Carolina Rocha, do movimento Exalta a Academia, que também votou a favor da manifestação nacional a 24 de março, afirmou que "a posição da direção-geral é inadmissível".
"Com tantos cortes, com tantas dificuldades dos estudantes, não é nada bom ter uma direção-geral que não queira lutar pelo interesse e pelos direitos dos estudantes", disse a estudante do movimento que propôs a realização da manifestação a 12 de março.
Apesar da rejeição de uma manifestação nacional, foi aprovada a promoção de um mural de reivindicações, que estará disponível na semana do Dia Nacional de Estudante, em que os alunos da Universidade de Coimbra podem apresentar os seus problemas.
No decorrer da assembleia magna, foram também aprovadas por larga maioria a proposta do estudante da FEUC, Samuel Vilela, de uma reunião entre a direção-geral da AAC e o núcleo de Coimbra da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica e a moção apresentada pelos estudantes Irina Castro e Jonas Van Vossole, que prevê que no próximo Encontro Nacional de Direcções Associativas a AAC proponha "um plano de abolição da propina e retorno do financiamento aos valores de 2010".
A mesma moção defende ainda uma "reunião com o reitor da Universidade de Coimbra" com o objetivo de garantir "um perdão das dívidas de estudantes" à instituição, disse Irina Castro.
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