21-02-2014
Fonte: Lusa
Portugal opôs-se, em Bruxelas, à ideia de “semáforos” nas embalagens de produtos alimentares mediterrânicos, contribuindo de forma “determinante” para que a proposta do Reino Unido tenha grandes dificuldades em ser implementada ao nível europeu, afirmou o ministro da Economia.
Em declarações aos jornalistas à margem de um Conselho de ministros da Competitividade da União Europeia, António Pires de Lima sublinhou o facto de Portugal “ter estado na primeira linha da oposição” relativamente à proposta que procurava instituir “um sistema nutricional complementar de semáforos”.
Esta proposta seria introduzida “primeiro de uma forma facultativa, mas depois sabemos como é que estas coisas funcionam”, disse o ministro, acrescentando que esta proposta “poderia criar claramente uma perceção negativa sobre um conjunto de produtos mediterrânicos”.
“Estamos a falar, por exemplo, das conservas, das compotas, dos produtos lácteos, incluindo os queijos e, de uma forma muito especial, do azeite", especificou o ministro, acrescentando que "Portugal hoje deu nota das suas seríssimas reservas, tanto do ponto de vista político, como do ponto de vista comercial, como até do ponto de vista científico relativamente a esta ideia que surgiu no Conselho e que tem vindo a ser discutida ao longo dos últimos tempos".
Reforçando que a delegação portuguesa teve “um papel determinante para que este tema não entre em execução”, Pires de Lima sustentou que não se trata de “um tema menor”, apontando que, por exemplo, o azeite viu crescer as suas exportações no ano passado em 30%, e “o setor agroindustrial, que iria ser afetado, é um dos setores campeões” na agenda de exportações.
“Creio que a posição portuguesa foi importante na defesa daquilo que são os nossos produtos mediterrânicos e vai criar uma dificuldade muito objetiva a que um tema destes se possa introduzir na UE, com um sistema de duplo código nutricional nas embalagens”, concluiu.
A ideia de etiquetagem com semáforos, lançada por Londres, visava instituir rótulos nas embalagens – com as cores verde, amarela e vermelha – para classificar os produtos como mais ou menos saudáveis.
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