por LusaOntem
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), João
Machado, disse hoje que os pedidos de ajuda de Portugal para fazer
face à seca estão a ser "encarados com alguma reserva" pela Comissão
Europeia.
Após uma reunião, em Bruxelas, com membros do gabinete do comissário
europeu para a Agricultura, Dacian Ciolos, o dirigente associativo
disse ter ficado com "algum receio" em relação, nomeadamente, ao
adiantamento para outubro do pagamento de ajudas diretas aos
agricultores, uma medida pedida pelo Governo.
"Vejo que os pedidos portugueses são encarados com alguma reserva",
disse, especificando que com "tudo o que tem a ver com pagamentos aos
agricultores, a Comissão mostrou-se muito inflexível em alterar ou
flexibilizar as regras".
João Machado sublinhou que a posição de Bruxelas é a de que "todas as
regras terão que estar cumpridas no dia 15 de outubro, nomeadamente os
controlos obrigatórios, o que quer dizer que há um trabalho grande a
fazer por parte do governo português".
O presidente da CAP lembrou ainda que Portugal "nos últimos anos não
tem conseguido adiantar as ajudas porque não tem os controlos prontos.
Este ano, que estamos a começar a campanha mais tarde, por causa das
correções parcelares, é preciso trabalhar muito bem para termos os
controlos prontos" na data estipulada.
João Machado salientou também que, de todo o modo, o dia 15 de outubro
"é demasiado tarde para os agricultores. Nós precisamos de dinheiro
hoje nas explorações".
O dirigente associativo lembrou ainda que a Comissão Europeia tem
cativos, por falta de controlos, 120 milhões de euros, que deveriam
ter sido atribuídos o ano passado ao abrigo do regime de pagamento
único, e que "estariam muito melhor, num período de seca, nas
explorações agrícolas".
Uma delegação da CAP deslocou-se a Bruxelas, a convite do eurodeputado
socialista Capoulas Santos, para debater a reforma da política
agrícola comum.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2387432&page=-1
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