27 de Março - 2012
O setor dos alimentos compostos para animais, que gera anualmente em
Portugal cerca de mil milhões de euros de volume de negócios, está com
a produção "em quebra pelo quarto ano consecutivo", devido à "falência
de explorações pecuárias", que estão "descapitalizadas e com
dificuldades em pagar os alimentos compostos que consomem", revela a
presidente da IACA, Cristina de Sousa.
A presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos
Compostos para Animais, explicou que a difícil situação das
explorações pecuárias tem gerado "prazos de recebimento cada vez mais
dilatados" para a indústria, em média quatro a cinco meses, avança o
portal da Anil.
Esta situação já levou a "alguns encerramentos na indústria em 2011",
havendo a "perspetiva" de virem a fechar ainda mais empresas este ano,
o que leva a responsável a defender a criação de linhas de crédito à
atividade pecuária, que "não dá sinais de retoma". "As dificuldades de
tesouraria e as restrições ao crédito são hoje o principal
estrangulamento".
Em Portugal há 108 empresas de fabrico de alimentos para animais, que
operam com 116 unidades fabris e que, além dos problemas internos já
citados, também enfrentam problemas ao nível europeu e mundial. A
"volatilidade excessiva dos preços das matérias-primas, a reforma da
PAC pós-2013 e a relação produção/indústria/grande distribuição, ou
seja, entre os fornecedores e a grande distribuição organizada", são
as grandes preocupações de Cristina de Sousa.
"As matérias-primas são essenciais no fabrico dos alimentos compostos
e estes são o principal custo das produções pecuárias como as carnes,
leite e ovos". Deve, então, haver "regulação", pois "a indústria
precisa de previsibilidade e estabilidade na sua estratégia de
aprovisionamento".
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