quinta-feira, 31 de maio de 2012

Oposição na câmara de Lisboa critica mega piquenique no Terreiro do Paço

ONTEM às 17:512


inShareA oposição na Câmara de Lisboa criticou hoje a realização de um
mega piquenique gratuito organizado por uma cadeia de supermercados no
Terreiro do Paço em julho e que culminará com um concerto de Tony
Carreira.
Depois de ter coorganizado com a Câmara de Lisboa um mega piquenique
no Parque da Belavista e uma "mega horta" na Avenida da Liberdade, a
cadeia de supermercados Continente, da Sonae, organiza a 16 de julho
um novo mega piquenique no Terreiro do Paço, com a exposição de
produtos hortícolas, de casas regionais e de animais, para "promover
os produtos nacionais", disse o vereador do Espaço Público, José Sá
Fernandes.
Segundo o vereador, o Continente tem como contrapartidas a recuperação
da estátua de D. José (no Terreiro do Paço), no valor de cerca de 40
mil euros, e a cedência de valor semelhante noutras ações. Serão
distribuídas também cerca de cinco toneladas de alimentos a
instituições de solidariedade social da cidade.

"A Praça do Comércio é demasiado digna. É uma referência para Lisboa e
Portugal. É uma praça que não pode ser cedida de ânimo leve para
qualquer entidade fazer espetáculos com animais, vacas, porcos...
Penso que não é digno de Lisboa que a praça seja assim alugada",
afirmou o vereador do PSD Vítor Gonçalves.
Afirmando que teve conhecimento deste evento pela comunicação social,
o social-democrata apelou à "humildade democrática" de José Sá
Fernandes para que, antes de acordar este tipo de eventos, "discuta as
propostas na câmara sem que sejam um facto consumado".
Por sua vez, e ressalvando que não acha grave que "se vendam couves na
Praça do Comércio", o vereador da CDU, Rúben de Carvalho, salientou
que a "razão fundamental" do evento "é o marketing daquela grande
marca comercial" e que a Câmara de Lisboa é "pura e simplesmente o
senhorio" do Terreiro do Paço.
O vereador do CDS António Carlos Monteiro admitiu compreender que "em
determinada circunstância este tipo de eventos se realize junto à sede
do Ministério da Agricultura", até para "se demonstrar que a cidade
não consegue viver sem o campo".
O democrata-cristão recordou ainda "as dificuldades" de entendimento
que surgem por vezes entre as grandes superfícies e os produtores
nacionais".
O vice-presidente da câmara, Manuel Salgado, recordou que há três
semanas que se fala deste evento e criticou que ninguém tenha
levantado a questão anteriormente. Manuel Salgado afirmou também que a
escolha do Terreiro do Paço foi da Câmara e que "estes são bons
eventos para a cidade".
Por sua vez, o vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, eleito pelo
movimento Cidadãos Por Lisboa, afirmou o seu desacordo perante o
projeto e sugeriu que a Câmara de Lisboa trabalhe sobre um novo
regulamento para as atividades a ter lugar nos espaços públicos da
cidade.
Diário Digital com Lusa

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=575413

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