sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ovelhas abandonadas revoltam moradores de Marinhais

A GNR e o veterinário municipal da Câmara de Salvaterra garantem que
vão seguir de perto a situação



Uma ovelha morta deixada a céu aberto durante quase uma semana deixou
indignados os moradores de Marinhais. Os vizinhos acusam o dono de
deixar oito ovelhas abandonadas, dando-lhes comida apenas uma vez por
semana.


Edição de 2011-05-31


Oito ovelhas e três borregos foram deixados ao abandono em Marinhais,
sendo alimentadas apenas uma vez por semana, tendo uma das ovelhas
morrido e ficado em decomposição a céu aberto no redil. O quadro está
a indignar moradores daquela vila do concelho de Salvaterra de Magos,
que participaram o caso à GNR por considerarem que a saúde pública
estava em risco. O veterinário municipal da Câmara de Salvaterra de
Magos, João Cabral, diz que não podia entrar em terreno privado para
retirar de imediato o animal e garante que a situação vai passar a ser
seguida atentamente.


O problema arrasta-se desde Setembro de 2011, altura em que o dono do
terreno resolveu colocar lá os animais. Os vizinhos começaram a
reparar que só eram alimentados uma vez por semana e o pasto dentro da
cerca rapidamente acabou. "Vamos deitando umas ervas para dentro, mas
isto não é solução. É desumano olhar e ver os animais neste estado,
para além do risco de nos poderem transmitir doenças", explica Célia
Neves.

Segundo os moradores, o dono não mora na freguesia e só costuma vir à
sua propriedade uma vez por semana. O mau estado em que se encontram
as oito ovelhas e três borregos são visíveis a olho nu. O proprietário
tem uma casa a escassos metros da cerca onde também mantém pelo menos
três cães que, segundo os vizinhos, só alimenta uma vez por semana
quando vem tratar das ovelhas. "É uma situação lamentável, se as
pessoas não têm condições para ter os animais então que não os tenham.
É doloroso para nós que vivemos ao lado, vê-los sempre esfomeados e
com sede", acrescenta Madalena Cardoso.

O veterinário municipal da Câmara de Salvaterra, João Cabral, explica
que não conseguiu resolver logo a situação porque não podia entrar em
terreno privado. Sempre que um animal morre, o proprietário deve
contactar o Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na
Exploração (SIRCA), criado pela Direcção-Geral de Veterinária e pelo
Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP).

"O SIRCA demora sempre perto de dois dias para remover o animal. Nós
como não podíamos entrar no terreno privado e como não conseguíamos
contactar o proprietário, assumimos que o dono já poderia ter activado
o SIRCA e demos um prazo de 48 horas para accionarmos os meios legais
para actuar se o cadáver ainda ali continuasse", explica João Cabral.

O dono acabou por aparecer na propriedade na manhã de quinta-feira, 24
de Maio, e colocou o cadáver num saco de plástico. Os militares da GNR
do posto de Marinhais, alertados pelos vizinhos, deslocaram-se ao
local. "A situação concreta não é nada de alarmante, embora se note
que existe muita negligência no tratamento dos animais. O dono
justificou-se com a falta de pasto por causa das condições climáticas,
mas foi avisado que não pode ter os animais assim", informou o major
Júlio Rego do comando distrital do Grupo Territorial de Santarém da
GNR.

O Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR já
está alertado sobre a situação que vai acompanhar de perto.

http://semanal.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=&id=83753&idSeccao=9219&Action=noticia

Sem comentários:

Enviar um comentário