19 de Julho - 2012
Um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), sobre
o potencial da floresta mista em Portugal, mostra que juntar várias
espécies de árvores pode aumentar a capacidade de reação a alterações
climáticas ao fixarem mais carbono atmosférico.
"Os povoamentos com mais do que uma espécie, tecnicamente designados
por mistos (neste caso concreto analisaram-se povoamentos puros de
pinheiro bravo, puros de carvalho negral e mistos de ambas as
espécies), apresentavam crescimentos ligeiramente mais rápidos, tinham
uma maior capacidade para fixar carbono atmosférico", afirmou ao Café
Central, Domingos Lopes, coordenador do projeto.
O professor da UTAD refere que os fogos de elevada intensidade
característicos da floresta mais vulnerável aos incêndios, como o
pinhal bravo, "são modificados em florestas mistas constituídas por
combinações de espécies autóctones (carvalhos, sobreiro, medronheiro,
vidoeiro) ou exóticas (resinosas de montanha) ".
"Estas florestas têm sub-bosque mais escasso e/ou mais verde, manta
morta pouco arejada, maior humidade e estão mais abrigadas do vento. O
resultado é o abrandamento da propagação do fogo, ou até mesmo a sua
auto-extinção, com mitigação radical dos seus efeitos ecológicos",
acrescenta.
A conclusão de que as espécies vão reagindo num contexto de alterações
climáticas chegou, segundo Domingos Lopes, pelos estudos de
dendrocronologia, isto, é, por análise dos anéis do tronco. "Nós
conseguimos associar os ritmos de crescimento com um determinado
momento temporal, com as condições climáticas que se verificaram em
cada um desses momentos. O passado pode ser fundamental para prever o
futuro", sublinha.
http://www.vidarural.pt/news.aspx?menuid=8&eid=6569&bl=1
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