13-06-2012 09:16 | Norte
Fonte: Agência Lusa
Miranda do Douro, 13 jun (Lusa) - A direção da Cooperativa
Agropecuária Mirandesa (CAM) disse hoje estar apostada em alargar a
comercialização de carne de bovino ao mercado externo devido à crise
que o setor atravessa a nível nacional.
"No ano passado conseguimos o maior volume de negócios da história da
cooperativa. Este ano, registámos um decréscimo significativo, já que
o mercado se está a ressentir devido aos efeitos da crise", disse Nuno
Paulo, assessor da direção da CAM.
A aposta na exportação de carne de bovino de raça mirandesa passará
por países como França, Inglaterra ou Luxemburgo.
O mercado francês já representa cerca de oito por cento das vendas de
carne mirandesa da cooperativa, que atualmente comercializa cerca de
2.500 carcaças por ano.
"Depois de uma abordagem positiva ao mercado francês, estamos agora,
desde o mês de março, a tentar conquistar o mercado inglês. Ficámos
com a ideia de que o mercado britânico não está muito habituado a
comer carne de vitela, daí alguma resistência por parte dos chefes de
cozinha na aceitação do produto, apesar da qualidade reconhecida",
frisou Nuno Paulo.
Por isso, a Cooperativa Agropecuária Mirandesa está a incrementar uma
estratégia de promoção junto do mercado inglês, de forma a incentivar
o consumo.
Os dirigentes da CAM estão cientes de que há outros mercados com
potencial, embora reconheçam a necessidade de se ter "algumas
cautelas" com os negócios.
"Não estamos a vender mais carne para o estrageiro porque as garantias
de pagamento apresentadas por alguns países não são fiáveis ",
acrescentou o técnico.
Segundo Nuno Paulo, países como Angola, Moçambique e Iraque já
demostraram interesse em comercializar carne de bovino mirandês.
O Solar da Raça Mirandesa, que engloba os concelhos nordestinos de
Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Bragança, Macedo de Cavaleiros e
Vinhais, dispõe de um efetivo pecuário de cerca de 4.000 vacas.
Espalhados por todo o país estão mais de 5.100 animais de raça bovina
mirandesa, uma espécie autóctone protegida por denominação comunitária
e que já esteve ameaçada de extinção.
Para satisfazer as necessidades do mercado externo será preciso
"aumentar" o efetivo de animais e, para o efeito, é "importante
incentivar os produtores a criarem mais animais", já que trata de uma
raça "com potencial de mercado".
FYP.
Lusa/fim
http://www.portocanal.pt/ler_noticia/19566/
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