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Escrito por Redação on Quinta, 10 Outubro 2013 20:05
O presidente da direção da Adega, Joaquim Júlio Saramago, diz-se
revoltado com a atitude da ASAE
A Adega Cooperativa de Alcanhões, no concelho de Santarém, foi palco
de uma curiosa aplicação do mais rígido legalismo formal da Autoridade
para Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Durante uma inspeção ordinária que começou na manhã de quinta-feira,
10 de outubro, a ASAE mandou selar oito paletes de vinho que estavam
preparadas para seguir numa encomenda para o Luxemburgo e apreendeu
cerca de 15 mil litros de vinho embalado em "bag-in-boxes", que estava
em armazém.
Tudo isto porque as embalagens têm escrita a palavra "Santarém".
Legalmente, a origem "Santarém", tratando-se de uma sub-região
vinícola, só pode aparecer inscrita em caixas ou rótulos de vinhos de
Denominação de Origem Controlada (DOC), e sob autorização da Comissão
Vitivinícola Regional (CVR).
Só que, segundo a direção da Adega Cooperativa de Alcanhões, nem é
este o caso, porque a palavra "Santarém" consta apenas do código
postal da morada, e nem sequer está colocada de forma a indicar a
região.
"É triste, muito triste, sobretudo quando existe tanta gente a
transgredir, que a ASAE venha fazer uma coisa destas à Adega
Cooperativa de Alcanhões, e tratando-se apenas do código postal",
considera o presidente da direção, Joaquim Júlio Saramago, que
confessou ter ficado "revoltado" com o episódio.
Uma vez que a ASAE lavrou um auto de apreensão da mercadoria, a Adega
Cooperativa de Alcanhões ficará agora sujeita à aplicação de uma coima
por parte do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), que poderá variar
entre os 200 e os 10 mil euros, ou entre os 750 e os 20 mil euros.
A palavra Santarém aparece inscrita apenas na morada da Adega
Cooperativa de Alcanhões, nos bag-in-boxes
A situação foi resolvida ao longo do dia e a ASAE acabou por mandar
retirar os selos, mediante o compromisso da Adega Cooperativa de
Alcanhões em resolver a situação e retirar a palavra "Santarém" dos
"bag-in-boxes".
A adega, que nunca tinha sido alertada para esta questão, vai ter que
mandar fazer novas caixas, mas possui de momento cerca de 20 mil
embalagens que precisam de ser emendadas, sob autorização do IVV e da
CVR.
"Não é assim que o país anda para a frente", lamentou ainda Joaquim
Júlio Saramago, sublinhando que as embalagens apreendidas faziam parte
de um lote para exportação.
O presidente sublinhou ainda que os "as medalhas de ouro que os vinhos
da adega têm conquistado" e o investimento recente de 400 mil euros
que ali foi feito, e "que permite produzir vinhos de grande qualidade,
deve estar a incomodar muita gente".
À saída da adega cooperativa, as inspetoras da ASAE disseram à Rede
Regional não estarem autorizadas a prestar declarações.~
http://www.rederegional.com/index.php/entertainment/6455-asae-apreende-vinho-por-causa-da-palavra-qsantaremq.html
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