Publicado em 2013-10-23
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Investigadores da Austrália descobriram minúsculos vestígios de ouro
em folhas de eucalipto, um surpreendente marcador da localização do
metal no subsolo.
foto ARQUIVO GLOBAL IMAGENS
Folhas de eucalipto
A descoberta pode constituir uma ajuda para os garimpeiros, sobretudo
numa época de diminuição de reservas de ouro - as novas descobertas
caíram 45% na última década - e de escalada de preços, de acordo com
um estudo publicado na revista "Nature Communications".
"Esta ligação entre o crescimento de vegetação e os depósitos de ouro
enterrados pode ser fundamental no desenvolvimento de novas
tecnologias para a exploração mineira", refere um resumo do estudo
enviado à Imprensa, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Os eucaliptos podem "enviar" as suas raízes a grandes profundidades na
busca por água em terras secas e até mesmo quebrar zonas ricas em
ouro, onde absorvem partículas microscópicas do metal.
Uma equipa de cientistas da Austrália indicou ter mostrado agora que o
ouro pode ser absorvido pelas raízes e "viajar" através da árvore,
seguindo todo o caminho até às suas folhas, embora em concentrações
insignificantes.
Em 2011, o Instituto Geológico dos Estados Unidos estimou existirem 51
mil toneladas de ouro em reservas de todo o mundo.
O preço do precioso metal sofreu um crescimento de 482% entre dezembro
de 2000 e março deste ano.
Sessenta por cento do ouro transforma-se em joalharia, mas este metal
é também um crucial componente na eletrónica e usado na tecnologia
médica, nomeadamente para o tratamento de cancro.
No âmbito do estudo, a equipa de cientistas analisou o crescimento de
eucaliptos em duas zonas de exploração de ouro no sul e no oeste da
Austrália, usando as imagens de raio-X para observar o ouro nas
folhas, galhos, casca e solo.
Os eucaliptos, alguns dos quais podem crescer mais do que dez metros,
têm um sistema de raízes profundas e extensas - algumas raízes
chegaram a alcançar uma profundidade de 40 metros.
As concentrações de ouro encontradas são fracas - vários centésimos ou
milésimos de grama por tonelada - e estavam mais presentes nas folhas,
segundo os investigadores.
"O ouro é provavelmente tóxico para as plantas e é movido para as suas
extremidades", refere o estudo.
Vestígios de ouro tinham sido já encontrados em plantas, mas nunca
ficou claro se eram absorvidos ou fruto da ação do vento.
A nova descoberta "promove confiança numa técnica emergente que talvez
possa levar ao futuro sucesso de exploração e manter a continuidade do
fornecimento", escreveram os autores do estudo.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3492686&page=-1
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