Foto: Nuno Andeade Ferreira / LUSA
A Região Demarcada do Dão deverá este ano produzir vinhos que vão
responder às necessidades do mercado, em qualidade e quantidade,
apesar dos dias de chuva contínuos que afectaram as vindimas na semana
passada.
A convicção é de Carlos Silva, enólogo da União das Adegas
Cooperativas da Região Demarcada do Dão (UDACA), que representa cerca
de dez mil produtores.
Carlos Silva - que tem acompanhado as vindimas quer no terreno, quer
nas adegas - explicou à agência Lusa que, antes da chuva, terão sido
vinificadas 30% das uvas e "houve produtores que conseguiram
excelentes vinhos brancos e tintos".
Os dias de chuva constante fizeram temer o pior mas, segundo o
enólogo, "não há nenhuma uva que chegue e tenha que se deitar fora,
são todas uvas aproveitáveis".
"Não vou dizer que serão vinhos brilhantes. Houve uvas que foram
vinificadas dois/três dias depois da chuva e estavam óptimas e outras
mais medianas, mas não é vinho para estragar", acrescentou.
Com a melhoria gradual do tempo nos últimos dias, "a uva encontra-se a
recuperar e a ficar mais seca" e Carlos Silva está convencido de que
vão ser conseguidos "vinhos interessantes", um pouco à semelhança do
que aconteceu em 2002, quando também choveu bastante na altura das
vindimas.
"A chuva baixa o grau, a cor e a estrutura dos vinhos. Agora, a
videira está a recuperar dessa hidratação excessiva e a voltar aos
níveis de concentração de açúcares mais normais", explicou.
Neste âmbito, e apesar de a vindima no Dão se ir prolongar quase até
ao fim do mês, o enólogo está convencido de que haverá vinho com
qualidade "para segurar boas marcas" e em quantidade para "os vinhos
mais regulares".
"Estava tudo a preparar-se para ser um excelente ano, não fosse a
chuva, que vai diminuir um bocadinho a qualidade em relação ao que era
esperado. Mas não é nenhum drama", garantiu.
A Região Demarcada do Dão tem cerca de 20.000 hectares de vinhas,
distribuídas por 60.000 explorações.
Num ano considerado normal, a produção de vinho ronda os 50 milhões de
litros, dos quais 40 a 50 por cento são susceptíveis de obter a
Denominação de Origem.
Fonte: Lusa
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/10/14c.htm
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