A ministra da Agricultura acredita que um trabalho conjunto de Portugal e Espanha a este nível seria útil para promover a utilização das rolhas
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, defendeu hoje que o uso de rolha de cortiça deve estar devidamente identificado nas garrafas de vinho e pediu a ajuda de Espanha para apoiar esta pretensão junto da Comissão Europeia.
Assunção Cristas, que hoje inaugurou em Madrid (Espanha) a conferência 'Sobreiros e o Setor da Cortiça' com o seu homólogo espanhol, destacou que Portugal e Espanha representam, em conjunto, 80% comércio mundial de cortiça e derivados e apelou à valorização destes produtos.
"Hoje em dia é impossível para um consumidor saber se uma determinada garrafa de vinho tem ou não rolha de cortiça e essa identificação devia ser visível no rótulo", disse a ministra à Lusa, acrescentando que o Governo português já consultou a Comissão Europeia (CE) sobre esta matéria, que foi rejeitada por vários países.
A ministra da Agricultura acredita que um trabalho conjunto de Portugal e Espanha a este nível seria útil para promover a utilização das rolhas, associando o produto também à sustentabilidade do montado e à economia verde.
Além disso, se a iniciativa tiver um caráter voluntário, explicou, não é necessário haver consulta à Comissão Europeia.
Portugal é o maior produtor mundial de cortiça e exportou, em média, mais de 800 milhões de euros entre 2005 e 2012, dos quais 580 milhões relativos a rolhas.
Assunção Cristas sublinhou que o convite para inaugurar a conferência é "um reconhecimento da parte de Espanha da importância de unir esforços com Portugal" neste domínio e adiantou que aproveitou a ocasião "para relançar" o Observatório da Cortiça e apelar à valorização de outros produtos, além da rolha.
"A cortiça é cada vez mais usada em peças de design e mobiliário, acessórios de moda e na indústria aeronáutica", exemplificou.
A ministra da Agricultura anunciou também que assinou um memorando de entendimento para melhorar a "presença recíproca nas feiras agrícolas de Portugal e Espanha".
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
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