terça-feira, 17 de abril de 2012

Agro-alimentar receia perda de 11 mil postos de trabalho em 2012

17 Abril 2012 | 15:33
Isabel Aveiro - ia@negocios.pt


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Sector estima que consumo de bens alimentares sofra redução de 284
milhões de euros este ano por causa do IVA.
A Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA)
acredita que estão em risco cerca de 11 mil postos de trabalho
(directos e indirectos) durante o ano de 2012, em consequência da
reclassificação do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) sobre a
venda de bens alimentares, que fez com que alguns produtos passassem
da taxa mínima (6%) para a intermédia (13%) a máxima (23%). Evolução
igual teve também o IVA sobre a restauração, que passou para o patamar
máximo de 23%, também penalizando o consumo de alimentos e bebidas,
como lembrou hoje Jorge Tomás Henriques, presidente da FIPA.

"Face a um nível "deprimente" do nível de encomendas a nível interno,
a presidência da FIPA teme "que esta retracção de consumo possa
atingir as pequenas e médias empresas" que perfazem mais de 60% do
sector e que se revelem ser o "ele mais fraco" a uma conjuntura
adversa. E que está a causar "uma quebra acima dos 5% [no consumo no
sector] e com alguns subsectores com quebras de 12%" face a 2011,
contabilizou.

Tendo por base a análise da Deloitte Portugal, ontem apresentados pelo
responsável da consultora Luís Magalhães, a FIPA estima assim que a
"quebra potencial" no emprego gerado pela indústria agro-alimentar
atinja os 11 mil postos de trabalho à conta da decisão governamental
em reclassificar o IVA sobre alguns alimentos e bebidas a partir do
início deste ano. Ou seja uma quebra de 2,1%.

No consumo final de bens alimentares, os dados, já revistos para 2012,
apostam para uma quebra de 284 milhões de euros, menos 1,3% do que em
2011. Na produção, a diminuição apostando pela consultora é de 306
milhões de euros, menos 2,3%. Igual descida terá, prevê a Deloitte, o
Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado pelo sector (de forma directa e
indirecta), de 2,3%, para 162 milhões de euros.

O sector agro-alimentar português, que hoje se reúne no IV Congresso
organizado pela FIPA, em Lisboa, é composto por mais de 10.000
empresas e tem mantido estável a média de 110 mil postos de trabalho
directos (500 mil indirectos) nos últimos anos "fruto de uma forte
reestruturação" empreendida na última década, explicou hoje Jorge
Henriques. A área agro-alimentar assume-se como a indústria, das
transformadoras, que "mais contribui" para o PIB nacional (4,2%) e
para o VAB (3,5%). No total, agrega um volume de negócios de 14 mil
milhões de euros e 3.000 milhões de VAB.

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