terça-feira, 17 de abril de 2012

Alimentação. Quebra no consumo pode chegar aos 17% devido ao aumento do IVA

Por Agência Lusa, publicado em 17 Abr 2012 - 17:16 | Actualizado há 5
horas 19 minutos
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O presidente da Federação das Indústrias Agro-Alimentares (FIPA),
Jorge Henriques, alertou hoje para a quebra do consumo provocada pelo
aumento das taxas de IVA, que podem chegar aos 17 por cento nalguns
casos.

Jorge Henriques afirmou que a FIPA tem estado a analisar o impacto da
subida do IVA, verificando que algumas indústrias, atingidas pelo
aumento de 6 para 23 por cento "teriam consequências muito fortes nas
suas produções", podendo atingir uma quebra de consumo de 17 por cento
ao longo deste ano.

O responsável da FIPA adiantou que a retração do consumo resulta do
efeito combinado do agravamento da carga fiscal sobre os produtos, mas
também sobre a restauração e penaliza, sobretudo, bens como as bebidas
de alta rotação (sumos, cervejas, águas e refrigerantes).

"O consumo que deixou de se fazer fora do lar não está a ser
transferido para casa", notou Jorge Henriques, salientando que as
escolhas dos portugueses são motivadas pelo preço.

Um estudo da Deloitte realizado para a FIPA indica que a
reclassificação das taxas de IVA pode significar menos 284 milhões de
euros no consumo final de bens alimentares e a perda de 11 mil postos
de trabalho até ao final do ano.

Jorge Henriques assume, por isso, o pessimismo quanto ao segundo
trimestre do ano: "o reflexo das políticas económicas e a restrição do
poder de compra das famílias vão sentir-se cada vez mais à medida que
formos avançando no ano. Os primeiros três meses mostram uma quebra do
setor agro-alimentar que anda em torno dos 5 por cento, havendo
subsectores com quebras superiores a 12 por cento".

A FIPA está também preocupada com as dificuldades no acesso ao
crédito, que condicionam as empresas exportadoras.

"Algumas das empresas do nosso setor têm-nos alertado dizendo que
muitas das exportações que tinham asseguradas encomendas firmes podem
ficar comprometidas se não houver dinheiro para a compra de
matéria-prima", frisou.

Jorge Henriques adiantou que não se nota até agora uma redução no
volume de encomendas já que Portugal conseguiu deslocalizar muitas das
suas exportações para fora dos países da União Europeia, "procurando o
relacionamento com Africa e, através da plataforma que é Macau atingir
o continente asiático, nomeadamente a China".

Já no plano interno, "a situação é verdadeiramente deprimente" e o
dirigente da FIPA teme que o impacto da carga fiscal e a retração do
consumo das famílias possam começar por atingir as pequenas empresas,
uma vez que mais de 90 por cento do setor é constituído por pequenas e
médias empresas.

http://www.ionline.pt/dinheiro/alimentacao-quebra-no-consumo-pode-chegar-aos-17-devido-ao-aumento-iva

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