Por Agência Lusa, publicado em 27 Maio 2012 - 16:37 | Actualizado há 2
horas 30 minutos
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O "Sol em sol " é um restaurante móvel, estacionado no Parque da
Cidade no Porto, que só funciona em pleno nos dias em que os raios
solares podem aquecer os fogões em que toda a comida é confecionada.
Os donos chamam-lhe "gastronomia solar" e estão a dar os primeiros
passos num conceito que querem levar a todo o país, o de cozinhar
conforme as nuvens deixam ou não, em locais emblemáticos e sem gastar
eletricidade.
Quem, a partir do viaduto junto ao Edifício Transparente, olhar por
estes dias para Parque da Cidade e vir seis grandes parabólicas
prateadas e gente vestida de branco agitando-se à sua volta pode
pensar que se trata de uma qualquer experiência científica com energia
solar.
Mas com um olhar mais atento verá que também há quatro grandes mesas e
cadeiras com uma ar de esplanada e gente a comer com aspeto satisfeito
em nada consentâneo com experiências laboratoriais. E se ousar ler a
lousa preta que está sobre a mesa verá que "crocante de alheira com
compota de laranja", "lombinhos de porco com linguini de legumes" ou
"leite-creme", soam a coisas pouco científicas mas antes bem
comestíveis.
Esta era a ementa que o chefe Zé Pedro Moreno tinha idealizado para um
dia soalheiro e que tinha confecionado inteiramente nos seis fogões
solares que ele e o sócio Jonas Leitão, encarregue da gestão, compram
depois de ter descoberto os restaurantes solares na internet.
"Comprámos um em janeiro e começamos a cozinhar para os amigos, com
bons resultados", lembra Jonas Leitão. Daí partiram para a atual
experiência para demonstrar, segundo Zé Pedro Moreno, "que é possível
fazer um tipo de restauração mais verde e mais ecologicamente
responsável".
Para isso a leitura da previsão do tempo passou a ser uma obsessão dos
dois. A existência ou não de raios solares "é uma das limitações do
projeto, mas a própria equipa da cozinha tenta adaptar-se a isso
fazendo receitas como saladas se não pudermos usar os fogões". Servem
almoços a 9 ou a 11 euros e durante a tarde confecionam petiscos.
O chefe Zé Pedro Moreno, que aprendeu os truques do ofício no Sessenta
Setenta e no Foz Velha, já tem uma rotina para preparar as suas
ementas sempre diferentes: "Todos os dias vou ao mercado comprar tudo
fresco e planeio o menu, de acordo com aquilo que o sol me vai deixar
fazer".
E não se tem dado mal com a passagem para o sistema solar que tanto
pode ser encarado como fogão ou como um forno. "Depende do material
que estamos a usar, mas há pouco tempo fiz uma experiência num sauté
com azeite e em 15 minutos, com o céu limpo, atingiu os 215, 220 graus
mas se eu deixasse mais tempo consegue atingir temperaturas como os
280 300 graus", explica ele.
Outra característica própria, e trabalhosa, do Sol em Sol é que todos
os dias é montado e desmontado e depois armazenado. Mas também isto
vai ser transformado numa potencialidade, já a ideia é ter o
restaurante todos os meses num sítio diferente, segundo Jonas Leitão,
"sempre um sítio emblemático pela paisagem ou pela história" da cidade
do Porto e em agosto vão mesmo fazer uma digressão nacional a mostrar
as virtualidades de cozinhar quando não há nuvens.
http://www.ionline.pt/portugal/porto-tem-restaurante-movel-onde-se-cozinha-sol
2 comentários:
"Os donos chamam-lhe "gastronomia solar" e estão a dar os primeiros passos num conceito que querem levar a todo o país, o de cozinhar
conforme as nuvens deixam ou não, em locais emblemáticos e sem gastar eletricidade."
- Então e sem gastar eletricidade como se processa a conservação adequado dos alimentos, ante e pós confecção?
deve ser através da fotovoltaica
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