No domingo, dia 21, um rebanho de ovelhas foi atacado na Granja do
Jarmelo, concelho da Guarda, provocando prejuízos num rebanho ali
existente. Partindo do princípio que se tratou efectivamente de um
ataque de lobos, não de cães vadios, algo que ainda vai ser
verificado, o Grupo Lobo lamenta o sucedido e reafirma a necessidade
de, face ao regresso natural do lobo a estas paragens, ser necessário
voltar a utilizar antigos métodos de protecção do gado, ainda
empregues noutras zonas do País com bastante sucesso, sem esquecer a
utilização de sistemas mais modernos.
Um dos objectivos do Projecto LIFE MED-WOLF – Boas Práticas para a
Conservação do Lobo em Regiões Mediterrânicas – é a diminuição do
conflito entre a presença do lobo e as actividades humanas, em regiões
rurais onde os hábitos culturais de coexistência se têm vindo a
perder. Aliás, como tem vindo a ser promovido pelo Grupo Lobo há mais
de 15 anos noutras regiões do País.
Com o regresso natural deste predador à região da Guarda, os atritos
tendem a aumentar, levando à necessidade de implementar formas
correctas de maneio do gado, como seja o confinamento nocturno, cercas
que impeçam a entrada dos lobos e ainda a utilização de cães de gado
eficazes. Estes meios de protecção já estão previstos, como condição
para a atribuição de compensações definidas na Lei de Protecção do
Lobo, em caso comprovado de ataque deste predador.
Vários órgãos de comunicação fizeram eco de afirmações de populares,
segundo as quais uma "nova lei" proibiria o abate de lobos. Ora a "Lei
do Lobo" já data de 1988; nada de novo há na presente legislação. E,
na Natureza, apenas se verifica o regresso natural de um animal
ameaçado de extinção, que deve ser encarado com calma e recorrendo a
métodos comprovados de minimização de prejuízos e conflitos, não a
alarmismos contraproducentes.
É para isso que, ao longo dos próximos 4 anos, o Projecto LIFE
MED-WOLF vai sensibilizar criadores e populações, divulgar e apoiar a
utilização de técnicas de protecção e alertar todos para as hipóteses
de convívio harmonioso entre o Homem e o Lobo. Para tal, serão
aplicadas nos distritos da Guarda e de Castelo Branco práticas
correntes em comunidades ainda habituadas à presença do lobo, em prol
de um meio ambiente mais equilibrado e propiciador de valências
importantes, como o Turismo.
Convém relembrar que, os afectados por prejuízos decorrentes de
ataques de lobos devem reportar esta situação num prazo máximo de 48
horas, para que possam receber as indemnizações a que têm direito pelo
prejuízo correspondente. Para tal, deverão contactar os gabinetes das
Áreas Protegidas da sua zona: Parque Natural da Serra da Estrela
(tel.: 275 980 060); Parque Natural do Douro Internacional (tel.: 279
341 596); Reserva Natural da Serra da Malcata (tel.: 277 394 467).
Fonte: Grupo Lobo
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/04/25.htm
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