sábado, 27 de abril de 2013

Vitacress leva salsa e coentros ao Norte da Europa e Angola

Fornecedora das saladas do McDonald's quer apostar nas ervas
aromáticas e também em Angola, onde já procura parcerias com
produtores locais



Luís Mesquita Dias, diretor Vitacress
D.R.
27/04/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo

A Vitacress, a produtora e embaladora portuguesa de hortícolas e a
fornecedora das saladas do McDonald's em Portugal, vai reforçar a
aposta noutros tipos de hortícolas. "Um dos pilares de crescimento
futuro vão ser as ervas aromáticas, como a salsa, os coentros, a menta
ou o cebolinho. Vamos aumentar a área de produção através de
parcerias, principalmente em estufas, e estamos a olhar para o
Alqueva", disse ao Dinheiro Vivo o diretor-geral Luís Mesquita Dias.

Foi a procura que ditou esta estratégia, uma vez que a empresa está já
a exportar ervas aromáticas para a Holanda ou Angola. Além disso,
identificou a Alemanha e os países do Norte da Europa como mercados
com potencial, estando já a desenvolver contactos.

Aliás, estes dois destinos - e também Angola - são considerados dos
mais relevantes para o crescimento das exportações da empresa em geral
e não só das ervas aromáticas. Segundo Luís Mesquita Dias, as
exportações representam hoje 40% das vendas da empresa e em 2017
deverão chegar aos 50%.

Para isso, será também necessário aumentar a produção agrícola das
restantes hortícolas que vai já nas 6500 toneladas em cerca de 300
hectares de terreno, a maior parte em Odemira. "Temos possibilidade de
aumentar a produção, a curto prazo, uns 20% ou 30%, mas com escolha de
parceiros e de terras pode ser muito mais", referiu.

Produzir em Angola sem fábrica mas com parceiros
A Vitacress entrou em Angola há apenas seis meses, fornecendo
hortícolas embaladas para os supermercados Casa dos Frescos, em
Luanda, mas os planos são bem mais ambiciosos. "Estamos prestes a
entrar noutra cadeia de retalho, um negócio que terá mais expressão do
que o atual, e há umas semanas começámos a fornecer o hotel Sana em
Angola", adiantou Luís Mesquita Dias. "Temos a vantagem de ter
produtos já lavados e embalados, porque ainda há muitos problemas com
a água potável", reparou.

É por isso que "a médio prazo poderemos estar a produzir em Angola",
diz o diretor-geral da Vitacress, ressalvando, contudo, que não querem
ter lá uma fábrica mas sim parceiros. "No final deste ano já teremos
identificado produtores locais com quem trabalhar", acrescentou.

"Hilton da Quinta do Lago tem vista para o nosso agrião"
A Vitacress anda nas bocas do mundo por causa do contrato para
fornecer os 135 McDonald's de Portugal com saladas e hortícolas. Está
quase a fazer um ano que fecharam o negócio e Luís Mesquita Dias não
nega que foi um marco importante, mas a empresa tem outros nomes
sonantes na sua vida. Ela exporta para os Lidl da Bélgica e Holanda ou
para o Tesco, Sainsbury e Marks & Spencer em Inglaterra - país que
compra principalmente os agriões que a Vitacress produz em Almancil,
no Algarve, num terreno de 20 hectares ao lado da Quinta do Lago. "O
Hilton Conrad tem vista para o nosso agrião", diz.

Em Portugal, os produtos da Vitacress estão à venda em todos os
retalhistas - Pingo Doce, Continente, Auchan ou Lidl -, tanto com a
sua marca própria como com a marca branca dos retalhistas. "Quando se
compra uma salada do Pingo Doce ou do Continente a probabilidade de
ter produto Vitacress [a produtora agrícola] é de um terço", repara.

Nos últimos dois anos, as vendas em Portugal caíram, respetivamente 2%
e 7%, mas nos três primeiros meses deste ano subiram 6%, apesar de não
terem aumentando a presença em supermercados e de os preços
continuarem a ser 25% mais caros do que os produtos de marca branca.
Por exemplo, uma salada embalada da Vitacress custa 2,20 euros
enquanto as de marca branca custam 1,80 euro.

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO146403.html?page=0

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