Política Agrícola Comum (PAC) para os anos 2014-2020 está a ser
negociada em Bruxelas. Capoulas Santos teme que o resultado final seja
negativo para os portugueses.
22-04-2013 14:48
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A reforma da Política Agrícola Comum está a motivar um braço de ferro
entre o Parlamento Europeu e os ministros da Agricultura dos 27, que
estão reunidos no Luxemburgo para finalizar as negociações da PAC para
o período 2014-2020.
Para já, os governos mantêm-se inflexíveis quanto à redefinição do
financiamento para o sector a partir do próximo ano o que, para
Portugal, se traduz num corte de mil milhões de euros nos próximos
sete anos.
Capoulas Santos, coordenador das negociações pelo Parlamento Europeu,
diz à Renascença que as conversações estão em aberto mas admite que a
solução final pode não ser vantajosa para os agricultores portugueses.
Se prevalecer a posição do Conselho Portugal perde este montante. Por
outro lado, a proposta do Parlamento propõe uma redistribuição que
seria favorável para Portugal em mais 360 milhões de euros do que
aquilo que recebemos neste momento. Estamos a negociar, há um braço de
ferro entre o Conselho e o Parlamento, mas convém não esquecer que a
maioria dos deputados no Parlamento pertencem aos partidos dos
governos que subscreveram este acordo, portanto temo que nesse braço
de ferro a solução final venha a ficar mais próximo da posição do
Conselho que do Parlamento, o que seria mau porque significaria uma
redução dos montantes".
Subserviência à Europa?
Face a estes receios, João Machado, da Confederação dos Agricultores
Portugueses (CAP), acredita que os ministros da agricultura da União
Europeia ainda vão a tempo de apresentar um quadro comunitário menos
penalizador.
"Temos vindo a assistir que há propostas da Comissão Europeia que são
muito penalizadoras para Portugal, e eu tenho grande esperança que o
Conselho de Ministros possa encontrar um conjunto de regras que não
seja tão desfavorável para Portugal e, sobretudo, que nivele os
agricultores portugueses com a maioria dos europeus, porque de facto
os portugueses são os mais maltratados por esta Política Agrícola
Comum".
Já do lado da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Dinis
deixa duras críticas ao Governo português que acusa de subserviência
em relação aos interesses europeus. "Tal como estão as coisas neste
momento Portugal corre o risco de perder mil milhões de euros de
investimento público na agricultura e no mundo rural nos próximos sete
anos. O interesse nacional e a produção nacional estão seriamente
ameaçados uma vez mais. É lamentável que o Governo continue a apregoar
vitórias quando de facto Portugal pode perder mil milhões de euros",
afirma.
Portugal está representado nestas negociações pela ministra Assunção Cristas.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=104886
1 comentário:
Penso que a Sra Ministra tem de facto viajado imenso em prol da agricultura mas que não está a passar-se das palavras às acções e fazer-se prevalecer nesta questão que é tão importante como manter-se esta quantia para a PAC.
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