Palmela
A Comissão de Agricultura da Direcção da Organização Regional de
Setúbal do PCP emitiu um comunicado sobre a falência da Cooperativa
Agrícola de Palmela, no qual culpa "as políticas de direita" desta
situação e lembra que irão aumentar "as dificuldades para os pequenos
e médios agricultores".
A falência da Cooperativa Agrícola de Palmela motivou a emissão de um
comunicado da Comissão de Agricultura da Direcção da Organização
Regional de Setúbal do PCP, no qual é referido que esta situação "é
mais uma consequência das políticas de direita" que irão "aumentar as
dificuldades para os pequenos e médios agricultores e a agricultura
familiar do concelho, especialmente no que concerne ao escoamento da
produção" e que esta nova dificuldade "vai acrescentar-se à já difícil
situação do sector causada pelos aumentos dos preços dos factores de
produção (combustíveis, electricidade, rações, adubos, e
fertilizantes, entre outros) que nos últimos dez anos aumentaram 24
por cento, fazendo cair o Produto Agrícola Nacional em mais de 20 por
cento, aumentando assim a dependência do exterior".
Aquela comissão refere ainda que "para este trágico fim da Cooperativa
Agrícola de Palmela, foram decisivas as politicas de direita levadas a
cabo pelos diversos governos em total desrespeito pela Constituição da
República Portuguesa, que tudo têm feito para deixar livre caminho aos
grandes grupos da distribuição agro-alimentar, destruindo todos os
meios com que os pequenos e médios agricultores se dotaram para
defender os valores dos produtos do seu trabalho, assim como o seu
escoamento. De notar que 80 por cento do emprego na agricultura reside
na agricultura familiar".
No entanto, referem, "uma outra contribuição para este triste
desfecho, pelo que é dado conhecer, terá a ver com as más gestões das
anteriores administrações, particularmente desligadas dos associados
no que respeita aos reais problemas do Cooperativa, não promovendo nem
a discussão, nem a participação", pelo que este quadro "de evidente
perda para a pequena e média agricultura da região de Palmela, não
deixa de estar em linha com a opção que, em tempos idos, conduziu a
Cooperativa Agrícola para a filiação na CAP", sendo que aquela
organização "mais vocacionada para a defesa dos interesses dos grandes
agrários e da agro-indústria, que sempre esteve conivente com as
políticas agrícolas mais gravosas para o sector e para o País – tenham
sido oriundas dos governos de direita, ou tenham sido definidas pela
Política Agrícola Comum – e que actualmente mais se confunde com a
orientação e a actividade do Ministério da Agricultura do Governo de
Passos Coelho e Paulo Portas, não seria, nem será possível, esperar um
bom futuro para a agricultura portuguesa e para as organizações
representativas das pequenas e médias estruturas agrícolas"
Naquele documento, a referida comissão lembra que sobre esta situação
"acabou por ser o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República
a questionar e a reclamar do Governo a urgência de medidas a tomar no
plano do apoio técnico que permitissem, em tempo útil, validar o
necessário financiamento para salvar a Cooperativa. As respostas que
vieram foram lacónicas e friamente dirigidas para as soluções que já
se tinham revelado irresolúveis".
http://www.osetubalense.pt/noticia.asp?idEdicao=&id=31703&idSeccao=7088&Action=noticia
Sem comentários:
Enviar um comentário