PARCERIAS
por Agência Lusa, publicado por Helder RobaloHoje1 comentário
O vice-ministro da Educação chinês reúne-se hoje com o Governo
português e visita mais tarde a Universidade de Lisboa, que está a
ultimar um protocolo de cooperação com dezenas de universidades
chinesas no âmbito da sua estratégia de internacionalização.
Em visita oficial a Portugal, o vice-ministro da Educação da República
Popular da China, Du Yubo, que se faz acompanhar do embaixador chinês
em Portugal e de vários altos responsáveis de departamentos de
relações internacionais educação, encontra-se esta manhã com o
secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró, e visita mais
tarde a Universidade de Lisboa (UL), reunindo com o reitor António
Sampaio da Nóvoa.
Em cima da mesa vão estar vários protocolos "em apreciação", mas
nenhum vai ser assinado.
Um desses acordos de cooperação, que deverá envolver "13 ou 14
universidades chineses", pode vir a ser assinado, "se tudo correr bem,
e é preciso que corra tudo muito bem, até final de maio, para ser
implementado já a partir do próximo ano letivo", adiantou à Lusa
Sampaio da Nóvoa, no final dos estados gerais da Associação Académica
de Lisboa, há uma semana.
Em causa está "uma plataforma de ensino da língua e da cultura
portuguesas na China" que, com o apoio das universidades abrangidas e
do próprio Ministério da Educação chinês, vai permitir instalar em
dezenas de estabelecimentos do ensino superior chineses "pequenos
campus da UL", podendo "potenciar de forma enorme", as relações da UL
com a China, declarou o reitor da universidade portuguesa.
"Isso traduz-se num intercâmbio de estudantes e professores, mas mais
do que isso, numa primeira fase, na criação dentro dessas
universidades de uma capacidade de formar os professores dessas
instituições para poder ensinar a língua e a cultura portuguesas. É
uma plataforma que depois pode ser essencial para todas as outras
colaborações", frisou Sampaio da Nóvoa, que acredita estar-se numa
"fase crucial de concretização do projeto".
O reitor português sublinhou ainda que a universidade que lidera conta
neste processo com o apoio do Instituto Politécnico de Macau, "um
parceiro importante".
Sampaio da Nóvoa admite que, a par do Brasil, a China é uma das
regiões prioritárias para desenvolvimento de relações, projetos e
parcerias futuras, dos quais espera obter como retorno "muito mais
estudantes, muito mais projetos de investigação conjuntos, prestações
de serviços nestes países e algum retorno económico", ainda que neste
último ponto não haja qualquer estimativa quanto a possíveis ganhos.
"Creio que estamos numa fase de transição importante, em que as
universidades portuguesas vão perder o caráter estritamente nacional
que tinham para ganhar uma dimensão internacional mais forte e isso é
absolutamente central", afirmou Sampaio da Nóvoa.
O reitor disse ainda que este protocolo tem origem em contactos
diretos estabelecidos pela UL com as autoridades chinesas, e não é o
resultado das viagens e contactos ministeriais recentes entre os dois
países.
No final de fevereiro o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato,
visitou a China, centrando-se nas áreas científicas e tecnológicas,
tendo visitado diversas universidades no país e formalizado a
cooperação num centro de investigação conjunto para materiais
avançados.
A visita teve um caráter de reciprocidade, depois de em junho de 2012
uma delegação chinesa ter visitado Portugal, e de se ter assinado
nessa altura um memorando de entendimento para cooperação em ciência e
tecnologia.
No final de março uma delegação de 43 representantes de 19
universidades chinesas apresentou na UL o programa "Study in China"
(Estudar na China), uma 'operação de charme' para cativar alunos
portugueses a prosseguir estudos naquele país.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3181691&page=-1
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