terça-feira, 14 de maio de 2013

Água: O sangue da terra!

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André Rodrigues

Num mundo de feroz competitividade torna-se imperativo a
consciencialização, de todos, para a absoluta necessidade de preservar
os recursos naturais. Por isso, os agricultores, e as suas
organizações, têm um papel decisivo na promoção de uma agricultura
sustentável que compatibilize a indispensável rentabilidade das
explorações com a proteção dos recursos mais escassos, como é o caso
da água.

A AGROMAIS, como organização de produtores de referência, tem
impulsionado permanentemente a adoção de técnicas de irrigação
modernas e mais precisas que permitam caminhar no sentido da referida
sustentabilidade.

São sobejamente conhecidas por todos as características agronómicas do
vale do Tejo: solos de elevada capacidade produtiva e com boa
disponibilidade de água. Para além disso, acresce ainda um ingrediente
fundamental: a elevada aptidão dos agricultores para a inovação
tecnológica.

Na AGROMAIS já desenvolvemos trabalho na área da gestão da água da
rega no solo desde 1999. Nessa altura, através da aquisição de uma
sonda portátil (diviner 2000), com a análise de diversos pontos de
amostragem em diversas culturas, começamos a ter informação para
podermos ajudar a decisão do agricultor; mas o sistema era ainda muito
pouco representativo porque implicava a obtenção de dados com leitura
"in loco".

Presentemente a AGROMAIS dispõe da mais recente tecnologia, aliada a
uma grande experiência de campo, tendo reforçado o seu papel, como
importante aliado dos seus produtores, na proteção dos recursos mas
com grande relevância na redução de custos.

Por sentirmos que a sensibilidade dos produtores aumentou
exponencialmente como resposta aos sucessivos anos de seca, que têm
originado uma redução do nível dos lençóis freáticos (por nós
monitorizado), e ao crescente peso do factura energética nas contas de
cultura, a AGROMAIS criou, há cerca de 3 anos, um departamento
específico para o efeito - Departamento de Gestão de Rega.

Como diz o ditado popular "a água é o sangue da terra", por isso, a
gestão da água da rega é uma tarefa na qual podemos ser uma importante
mais-valia para os nossos produtores. De facto, trata-se de uma área
que agrega um conjunto de especificidades e que necessita de um
conjunto de conhecimentos técnicos; por exemplo, é necessário contar
com diversos inputs, entre outros, com o estado de desenvolvimento da
cultura (o denominado kc), a evapotranspiração e a eficiência do
sistema de rega.

Para além disso, para gerir bem a água da rega, é indispensável
existir uma auditoria prévia ao sistema de rega. Esta auditoria serve
para, além de outras coisas, dar-nos conta do real desempenho do nosso
sistema de rega, nomeadamente quanto à uniformidade, à eficiência e às
dotações aplicadas. Diz-nos a experiência que a água efetivamente
aplicada à cultura é quase sempre diferente da prevista aquando da
implementação dos sistemas de rega, e isso deve-se a problemas comuns
relacionados com alterações ao nível freático, entupimentos, entre
outros.

Como já referi, o aumento dos custos energéticos na conta de cultura
implica que tenhamos de ser cada vez mais eficientes. Neste
particular, na grande maioria das explorações é possível diminuir
significativamente os gastos com energia através da redução do número
de regas e do aumento da eficiência das mesmas, conduzindo
cumulativamente a um aumento da produtividade e da qualidade do
produto final, como resultado de fornecermos à planta apenas a
quantidade certa de água no momento certo.

A gestão da rega é, por tudo isto, o "motor de competitividade" das
explorações agrícolas e um importante instrumento para a
sustentabilidade ambiental das mesmas.

André Rodrigues
Departamento de Gestão da Rega AGROMAIS

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