quarta-feira, 15 de maio de 2013

Beldroegas passam de erva daninha à cozinha "gourmet"

Publicado em 2011-06-09




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As beldroegas são uma planta infestante, desprezada por muitos, mas
que é também saborosa, saudável e que nada custa. Encontrada com
facilidade em quintais e campos de cultivo, de Norte a Sul, a
beldroega dá passos rumo à "alta cozinha" por iniciativa da Escola
Superior Agrária de Coimbra.

Seguindo o adágio popular que diz que a necessidade aguça o engenho, a
Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) inventou menus de
beldroegas, a lembrar que essa erva desprezada por muitos é saborosa,
saudável e nada custa.

A planta - que com facilidade atapeta quintais e campos de cultivo, e
até se consegue encontrar em calçadas de avenidas de Coimbra -, em
tempos de crise, como o actual, segundo os dinamizadores, deve ser
recuperada nos seus usos tradicionais quase perdidos, alimentares e
medicinais.

A ESAC desafiou alunos, docentes e funcionários a saborearem os pratos
criados pelo seu chefe de cozinha António Neves, no âmbito de um
projecto pedagógico multidisciplinar levado a cabo no início do mês, e
a adesão foi tal que rapidamente se esgotaram no refeitório.

Agora, a escola quer fazer chegar a mensagem à sociedade e realçar que
para a "alta cozinha", ou "cozinha gourmet", sempre ávida de novos
produtos e sabores, este é um caminho a explorar.

E parece ser essa já uma via que a própria ESAC quer protagonizar, ao
querer brindar em breve uma delegação de uma universidade estrangeira
com uma cardápio de iguarias de beldroegas recriadas pelo chefe
António.

No entanto, a intenção é que a sociedade tenha um outro olhar sobre
essa "praga", essa planta infestante que quer ver longe dos quintais e
dos campos de cultivo. Ela está ali à mão e nada custa.

Na gastronomia tradicional portuguesa, de Norte a Sul de Portugal, em
especial no Alentejo, a beldroega ainda vai figurando nos menus,
particularmente em sopas e saladas, mas a utilização fica muito aquém
do seu valor intrínseco.

"Neste momento de crise é preciso inovar. Um dos aspetos interessantes
é que nasce espontaneamente e é injustamente tratada como uma erva
daninha", afirma a docente Leila Rodrigues, que dinamizou o programa
multidisciplinar sobre a beldroega no âmbito da escrita académica no
módulo curricular de língua inglesa e comunicação.

Filipe Melo, igualmente docente na ESAC, realça à agência Lusa que
essa planta tem um elevado valor medicinal e nutricional, "porque é
riquíssima em sais minerais e vitaminas", especialmente a A, B e C. "É
rica em mucilagens, em ácido ómega-3", e entre as suas virtualidades
destaca a ajuda à redução dos níveis de colesterol.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1874746&page=-1

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