quinta-feira, 12 de abril de 2012

Agricultura é fundamental para o país

Trás-os-Montes //
Por: Francisco Pinto
Foto: Ana Preto
Ceifa em Trás-os-Montes
Defende presidente da Confederação Nacional de Agricultores
O presidente da Confederação do Agricultores de Portugal (CAP) defende
que os políticos deveriam olhar para a agricultura como uma actividade
fundamental para o país e não encará-la como o último "refúgio" em
tempo de crise. "Quando há crises económicas, ou crises de emprego, a
agricultura está constantemente na ordem do dia. No entanto, logo que
o país começa a desenvolver-se, os políticos esquecem-se de que a
agricultura continua a ser importante", disse João Machado. O
dirigente falava à margem das Jornadas de Vitivinicultura e
Olivicultura que decorreram em Mogadouro no final de Março, uma
iniciativa que juntou algumas dezenas de agricultores e contou com o
apoio da autarquia e da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes
e Alto Douro e Vinhos de Trás-os-Montes. Segundo o dirigente, a
agricultura é um sector da actividade económica que tem hoje uma
função de estruturação do território e de defesa ambiental

"extraordinária". "Por estes motivos, temos que pedir aos políticos, e
a quem nos governa, que mantenham a agricultura como uma actividade
fundamental para o país", sublinhou. João Machado relembrou que todos
os estudos internacionais dizem que todos temos de produzir mais nos
próximos 30 ou 40 anos e Portugal não foge à regra, uma vez que
importa mais do que exporta. "A balança agrícola nacional não é
equilibrada porque, por vezes, não temos por parte dos poderes
públicos e políticos os apoios necessários, por isso a agricultura é
uma actividade com muitos avanços e recuos não sendo vista pelas
gerações mais novas como actividade de futuro e isto tem de mudar",
frisou João Machado. O responsável pela CAP avançou que 80 por cento
do território português é rural e tem que estar preenchido por
população ao serviço do ambiente, desenvolvimento do território, mas
sobretudo ao serviço da economia do país. "A agricultura é uma
actividade estruturante e não permite avanços e recuos provocados por
factores políticos", defendeu. O presidente da CAP sustentou ainda que
é preciso "valorizar a agricultura" aos olhos dos mais jovens", para
que eles a possam abraçar a actividade agrícola". "Hoje, ao contrário
do que a maioria da população portuguesa pensa, a agricultura é
desenvolvimento, tecnologia, investigação ou marketing", acrescentou o
dirigente. O João Machado afirmou que durante várias décadas Portugal
não investiu na agricultura, situação que considera "um erro". Por
outro lado, João Machado aproveitou a presença dos homens da terra
para dizer que a seca é um fenómeno que aparece pelo menos duas vezes
em cada década, sendo que situação que tem de ser gerida. "Eu peço às
pessoas que pensam que os agricultores andam de mão estendida a pedir
ajudas que pensem numa actividade económica que em 10 anos pode perder
tudo aquilo em que investiu", referiu, acrescentando que é necessário
criar alternativas aos pedidos que, em anos como este, colocam toda a
produção em risco e fazem com que os agricultores fiquem numa situação
débil. Uma dessas alternativas passa pela criação de um seguro que
possa cobrir os estragos provocados pelas secas, à semelhança do que
já acontece um outros países da Europa. "Só 18 por cento da área está
em sistema de regadio, sendo apenas uma pequena parte regadio público,
o que significa uma pequena parte destinada ao regadio", disse. A
criação de reservas de água para colocar aos dispor de agricultores
seria também uma aposta fundamental para viver em períodos em períodos
de seca.
http://www.mensageironoticias.pt/noticia/3923

Sem comentários:

Enviar um comentário