O Alentejo de João Portugal Ramos

Vinhos

A crónica semanal do especialista da VISÃO, José António Salvador
23:30 Quinta feira, 12 de Abr de 2012
O Alentejo vínico moderno teve um contributo decisivo de João Portugal
Ramos na última década do século XX, que prossegue neste século XXI.
Este reputado enólogo iniciou a sua atividade profissional na vindima
de 1981 na Adega Cooperativa da Vidigueira para no ano seguinte
trabalhar em Moura, onde além do vinho produziu igualmente azeite.
O vinho impôs-se no seu percurso, tendo beneficiado dos ensinamentos
de Paulo Lourenço, responsável enológico na Adega Cooperativa de
Reguengos de Monsaraz, onde e com quem trabalhou durante 17 anos,
entre 1986 e 2003. Enquanto mantinha algumas das suas assessorias,
nomeadamente em Reguengos de Monsaraz, João Portugal Ramos começou a
dar corpo ao seu projecto pessoal, adquirindo vinhedos na zona de
Estremoz, onde veio a construir adega própria no Monte da Caldeira em
1997. A partir de 2003 dedicou-se exclusivamente à sua empresa J.
Portugal Ramos Vinhos, que cresceu sustentadamente desde a sua
fundação aos nossos dias.

Em 2009 retomou a produção de azeite lançando no mercado o seu
Oliveira Ramos Premium, um azeite de elevadíssima qualidade ao nível
da sua produção vínica, que, entretanto, estendeu ao Ribatejo (vinhos
Conde de Vimioso) e ao Douro (aqui em parceria com José Maria Soares
Franco).
É extenso o portfólio de vinhos alentejanos com a sua chancela, desde
a marca Loios, ao Marquês de Borba, varietais até ao topo de gama o
Marquês de Borba Reserva. Hoje trazemos à crónica dois tintos de
grande qualidade com a sua assinatura:
Vila Santa Regional Alentejano Reserva 2009 - um vinho encorpado,
macio, pronto para beber, que estagiou nove meses em meias pipas de
carvalho americano e francês. Castas: Aragonês, Touriga Nacional,
Syrah, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, que lhe conferem 14%
vol. álcool.
Quinta da Viçosa Regional Alentejano 2009 - este tinto é apenas
lançado em anos excecionais. Escolhem-se as uvas das melhores castas
em cada vindima para serem vinificadas em lagares de mármore com pisa
a pé. Para esta colheita de 2009 a escolha recaiu sobre a Trincadeira
e Syrah, que nos proporcionaram um vinho marcado pela sua elegância,
vigoroso, taninoso, a necessitar de estágio em garrafa depois de ter
estagiado um ano em meias pipas novas de carvalho francês.
Dois tintos ao nível do saber e arte de João Portugal Ramos.

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