Os preços mundiais dos alimentos mantiveram-se praticamente inalterados em Março em comparação com os níveis de Fevereiro, de acordo com o mais recente índice da FAO para os preços dos alimentos, divulgado no fim da semana passada. O índice de Março foi de 216 pontos, em comparação com 215 em Fevereiro.
O índice da FAO para os preços dos cereais teve uma média de 227 pontos em Março, um ponto mais que em Fevereiro. Os preços do milho subiram ligeiramente, apoiados por existências escassas e um mercado forte para a soja, mas o trigo pouco alterou devido às abundantes reservas. Depois de vários meses em baixa os preços do arroz recuperaram um pouco em Março, impulsionados por grandes compras da China e da Nigéria.
Entre os diversos grupos de produtos básicos (commodities), apenas os preços dos óleos mostraram firmeza, enquanto cairam os dos produtos lácteos. O índice FAO dos preços dos óleos e gorduras subiu para 245 pontos em Março, 6 pontos mais (2,5 por cento) em comparação com Fevereiro, após a reacção do mercado à perspectiva de dificuldades crescentes para a campanha 2011/12. Para este aumento contribuiu o pequeno aumento na produção mundial de óleo de palma, a limitada disponibilidade de óleo de soja para exportação a nível mundial e o declínio na produção de colza.
O índice da FAO para os preços da carne teve uma média de 178 pontos em Março, com um ligeiro aumento relativamente ao mês anterior, sustentado por um ligeiro aumento nos preços da carne de bovino, que alcançaram um recorde histórico. Os preços da carne de porco e ovino apenas tiveram pequenas variações, e caíram no caso do frango, com uma descida das importações e ampla disponibilidade. Em média, os preços da carne no terceiro trimestre foram 3,5 por cento superiores comparado com o ano anterior.
O índice da FAO para os preços dos produtos lácteos situou-se em 197 pontos em Março, com uma descida de 5 pontos (2,5 por cento) relativamente a Fevereiro, e ao seu nível mais baixo desde Agosto de 2010. Todos os produtos lácteos tiveram esta tendência de queda no mês passado, incluindo a manteiga, o leite em pó desnatado e a caseína. Depois de atingirem um nível recorde em Março de 2011, os preços dos produtos lácteos tiveram uma tendência descendente, com a maior oferta na Oceânia, Europa e América do Norte. Como resultado, os preços no primeiro trimestre de 2012 eram 12 por cento inferior ao do ano passado.
O índice da FAO para preços do açúcar tiveram uma média de 342 pontos em Março, mantendo-se inalterados a desde Fevereiro, mas estava 30 pontos (8 por cento) mais baixo que em Março de 2011. No geral, os preços do açúcar estiveram voláteis, com um mercado à procura de indicações antes do início da campanha no Brasil, o maior produtor mundial de açúcar. Na Índia, na União Europeia e na Tailândia houve aumentos da produção, o que ajudou a manter os preços abaixo dos níveis elevados da campanha passada.
Aumento das reservas de cereais
A previsão das reservas mundiais de cereais em 2012 aumentou em um milhão de toneladas relativamente ao mês anterior, para situar-se em 519 milhões de toneladas. Grande parte do aumento deve-se às expectativas de maiores existências de arroz.
No estado actual das previsões, a taxa mundial de reservas/utilização de cereais para 2011/12 atinge 22,1 por cento, com um ligeiro aumento relativamente aos 21,7 por cento em 2010/11. Entre os principais cereais, está previsto que as existências de arroz tenham o maior aumento, com 11 milhões de toneladas, e se situem em 152 milhões de toneladas, o nível mais alto desde 2000. Espera-se também que as reservas de trigo tenham um forte aumento, de 7 milhões de toneladas, ficando em 196 milhões, o segundo nível mais alto desde 2003. No entanto, as reservas de cereais secundários (para rações) poderão descer quase 3 milhões de toneladas e ficar em 171 milhões, o nível mais baixo desde 2008.
Perspectivas preliminares para 2012/13
A previsão da FAO para a produção de trigo em 2012 situa-se em 690 milhões de toneladas, 1,4 por cento abaixo do nível recorde de 2011, e sem alterações relativamente ao mês passado. Apesar desta descida, a oferta global de trigo em 2012/13 ainda estaria acima das necessidades previstas graças às grandes existências, de acordo com o relatório deste mês. O mercado do arroz também parece ter abastecimento abundante em 2012/13 devido a anos consecutivos de recordes de produção que ajudaram a aumentar as existências. No entanto, o fornecimento de cereais para a alimentação animal vai sofrer dificuldades nos próximos meses, especialmente no caso do milho nos EUA, o maior produtor e exportador no mundo.
Fonte: FAO
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