05-04-2012
O Copa-Cogeca organizou um importante debate sobre a política europeia
em matéria de biocombustiveis e a incidência das alterações do uso das
terras nas emissões de gases com efeito de estufa.
No encontro, a organização alertou para o facto do modelo da União
Europeia (UE) para o cálculo da ocorrência de biodiesel nas emissões
contém falhas fundamentais e varia muito dos modelos e classificações
usados nos Estados Unidos.
O presidente do Grupo de Trabalho "Oleaginosas e proteaginosas" do
Copa-Cogeca, Gerard Tubery, assinalou que «nos Estados Unidos os
benefícios do biodiesel à base de colza, em termos de redução de
emissões são conhecidos».
Esta iniciativa teve lugar depois do grupo de trabalho ter debatido
detalhadamente as informações que avaliam a incidência das alterações
da utilização das terras nas emissões de gases com efeito de estufa
relacionadas com a procura de biocombustiveis em 2020, pedidas pela
Comissão Europeia (CE) ao Instituto Internacional e Investigação sobre
Políticas Alimentares e ao centro Comum de Investigação (CCI).
Gerard Tubery insistiu que «é absurdo as informações fomentarem a
ideia de que o biodiesel à base de colza é mais prejudicial que o
bioetanol. Não há consenso quanto a esta ideia a nível internacional»,
sublinhando que nos Estados Unidos o biodiesel de colza é reconhecido
como avançado».
O secretario-geral do Copa-Cogeca defende que os biocombustiveis
oferecem numerosas vantagens para a redução de emissões e, par além
disso, criam emprego nas zonas rurais da UE, e também podem ser
produzidos de forma sustentável sem qualquer responsabilidade de
alterações indirectas da utilização das terras.
Pekka Pesonen afirma que «o aumento da produção de biocombustiveis na
UE também reduz a pressão nas terras nos países terceiros e ajuda a
combater a desflorestação das florestas tropicais. O desenvolvimento
de biodiesel é importante, porque pode aproveitar-se, em simultâneo, a
planta da colza tanto para a produção de biodiesel como para rações».
Pesonen acrescenta que de facto apenas uma parte das sementes de
oleaginosas, cereais e beterraba açucareira utilizadas para produzir
biocombustiveis são convertidas em energia. A grande maioria é
dirigida para o sector da alimentação animal, sendo destinadas para
biodiesel entre seis a oito milhões de toneladas de óleo de colza dos
160 milhões do valor da produção mundial de óleos e gorduras
vegetais».
Por conseguinte, conclui o responsável, «é inaceitável que estas
informações sejam usadas para elaborar uma avaliação de impacto das
opções políticas com vista à proposta legislativa da União Europeia
para 2012 sobre as alterações indirectas da utilização de terras
equivalentes aos biocombustiveis».
Fonte: Copa-Cogeca
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia43736.aspx
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