Situação agrava-se na Páscoa e pode levar a Portugal ter de importar
numa área até agora exportadora. 06-04-2012 9:31 por Daniel Rosário
Tudo por causa da implementação da nova directiva europeia sobre
bem-estar animal, que obriga a facultar gaiolas mais confortáveis às
galinhas poedeiras desde o passado dia 1 de Janeiro.
No caso português, apenas os animais responsáveis por 40% da produção
estão instalados nas chamadas "gaiolas melhoradas". Em contrapartida,
ao nível europeu, este valor atinge os 86%. Numa leitura estrita da
nova legislação, os ovos que não sejam produzidos nestas condições são
"ilegais" e não podem ser comercializados.
No entanto, em virtude de um acordo informal estabelecido ao nível
europeu e que teve em conta a situação de crise, Portugal e os países
mais atrasados comprometeram-se a canalizar os ovos "ilegais"
exclusivamente para a indústria e não directamente para o consumidor.
Em contrapartida, os países cumpridores das novas regras
"comprometeram-se a não adoptar medidas unilaterais, como por exemplo
fechar as suas fronteiras à importação de ovos". Este entendimento
teve como consequência o desvio maciço da produção para a indústria, o
que fez com que a quantidade de ovos frescos disponíveis caísse a
pique e o respectivo preço para o consumidor evoluísse no sentido
oposto.
Mas acontece que também na indústria os preços dispararam, devido ao
súbito aumento da procura por parte de países em situação semelhante à
portuguesa, um quadro que se agravou na época da Páscoa.
O Ministério da Agricultura reconhece que a implementação total da
referida directiva comunitária deixará Portugal com uma capacidade de
produção de ovos equivalente a metade da actual o que, além do aumento
de preços, levará o país a ter que passar a importar, numa área em que
até ao momento é exportador.
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