OPINIÃO
A cervejeira UNICER é uma imagem de marca de Santarém, surgiu
emparceirada com outras unidades agro-indústriais que trouxeram
abundância: criaram-se novos postos de trabalho, incrementou-se o
negócio local, levou-se o nome da cidade além portas, acalentaram-se
sonhos para uma liderança regional. A UNICER é uma empresa âncora,
teve lucros avultados no último exercício, tem 110 trabalhadores,
muitas famílias a dependerem dos rendimentos que dali auferem, mas tem
o fecho anunciado para Março de 2013. O "carrasco" foi inflexível e
anunciou já a concordância dos investidores em levar avante o projeto
em que não entra a unidade escalabitana. Serão mais de 40 milhões para
o novo investimento, muitos dos quais ganhos com o suor dos
trabalhadores da UNICER de Santarém, que vão agora ser chutados com
uma frieza atroz. Não fazemos ideia do que estão a passar!
A
propósito, lembro-me de Daniel Campelo (CDS), à época autarca em Ponte
de Lima, e de Sousa Gomes, o presidente de Almeirim. Ambos lutaram até
à exaustão para manterem um a fábrica do Queijo Limiano, outro a
fábrica de sumos Compal: Daniel Campelo foi à Assembleia da República,
apareceu na televisão, nos jornais, nas rádios, em petições, eu sei lá
que mais. Sousa Gomes fez o mesmo e publicitou a desdita de perder uma
unidade fundamental para o seu concelho, ventilando o assunto como
pôde para que a opinião pública ajudasse. Os resultados foram
diferentes, o queijo acabou em Vale de Cambra e a Compal resistiu em
Almeirim, mas da sua luta resultou um enorme apreço pela dignidade e
pela forma como souberam negociar, sempre ao lado dos trabalhadores.
Depois disso, remeteram-se à gestão das sua autarquias, e não mais
apareceram nos jornais ou nas televisões, a não ser a espaços.
Que falta fazem em Santarém autarcas desta estirpe!
Arnaldo Vasques
http://www.oribatejo.pt/2012/04/os-trabalhadores-da-unicer/
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