Roubo de colmeias
06.04.2012 - 19:38 Por Carlos Dias
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À semelhança do que acontece por todo o país, o Alentejo não é
excepção no aumento dos roubos de colmeias com abelhas. Os apicultores
contactados são unânimes em reconhecer que há vários factores que
vieram potenciar o furto de apiários.
Um dos expedientes encontrados é roubar colmeias para conseguir -
relata um apicultor de Almodôvar - completar uma candidatura a apoios
comunitários para a produção de mel. Ainda recentemente o produtor
Laurentino Mendes viu na Internet um anúncio a vender colmeias, só que
as colmeias apresentadas não eram de quem as estava a vender. A GNR
terá actuado, conta, quando as caixas estavam a ser carregadas para
uma camioneta.
Mas o problema não está só nas regras dos apoios comunitários. Com a
seca, Laurentino Mendes, grande produtor de mel, diz que já lhe
morreram entre 500 a 600 enxames e que, neste momento, tem 1500
colmeias. E não morrem mais porque lhes dá "o alimento que os bichos
não encontram na natureza".
A morte dos enxames não se deve só à seca. O uso descontrolado de
insecticidas sistémicos no tratamento dos novos olivais está a
contribuir para a morte dos enxames, garante João Pedro Cappas e
Sousa, investigador de insectos sociais. Este tipo de fitofármacos,
diz, actua no sistema nervoso das abelhas e estas perdem a orientação,
acabando por morrer sem conseguirem encontrar a colmeia. O
investigador confirma que os roubos estão a ser potenciados por ser
necessário "possuir abelhas para ver aprovados projectos
comunitários", não só para a produção de mel, mas para garantir a
polinização nas produções das agro-indústrias, como pomares ou nas
culturas de frutos vermelhos.
Cappas e Sousa associa também o desaparecimento das abelhas à
proliferação das redes de telemóveis. "As ondas produzidas provocam
distúrbios na orientação das abelhas."
http://www.publico.pt/Sociedade/insecticidas-e-telemoveis-perturbam-apicultura-no-alentejo_1541091
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