segunda-feira, 2 de abril de 2012

Seca afecta produção até Junho

Agricultura: Inverno anormal desregula mercados hortícola e frutícola

No pavilhão A3 do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) ainda
há fartura de frutas e legumes. Mas os efeitos de um Inverno seco e,
nalguns dias, quente demais para a época ainda se fazem sentir – e vão
prolongar-se até Junho, estimam os produtores.

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Por:Ana Sofia Coelho/ João Saramago


António Graça explora cinquenta hectares na Golegã e todos os dias
vende couve-flor, nabo e outros legumes no MARL, em Bucelas (Loures).
Em Março, as plantações já só sobreviveram graças à rega. Conta com 14
empregados, mas teme que, com o avançar dos meses, venha a dispensar
alguns, perante o agravamento da seca. "Os encargos são cada vez
maiores, sobretudo em combustível, para vir diariamente para o
mercado, e em electricidade, para as máquinas de rega. Contudo, como
as pessoas estão a comer menos e pior, os preços não aumentam, razão
que já levou muitos dos meus colegas a não virem ao MARL todos os
dias", explicou o produtor.
Isabel Alves, agricultora em Torres Vedras, diz que o preço da alface
"está baixíssimo". "Agora ainda vamos tendo água, quando acabar é que
vai ser complicado. Não sabemos como é que vai ser a partir de Junho",
avisa.
Mas também há quem ainda não tenha sentido os efeitos da seca. É o
caso de Venceslau Roupeta, que explora cinco hectares de hortas em
Loures. "A seca por agora não se faz sentir, o pior é a crise. Por
isso é que agora há tanta fartura e os preços estão baixos no
produtor", explica.
A norte, no Mercado Abastecedor do Porto, Manuel Pires de Sousa,
armazenista de produtos hortícolas, diz que os verdadeiros efeitos da
seca ainda estão para chegar. "A partir de Maio vai ser catastrófico:
vai haver menos qualidade e os preços vão subir, vai ser muito
complicado para todos."

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/seca-afecta-producao-ate-junho

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