por LusaOntem
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, destacou hoje a
importância de aumentar a produção agrícola em Portugal, defendendo
que "todo o pequeno hectare" de terra que o Estado conseguir
disponibilizar é "bom", sobretudo para jovens agricultores.
"Todos os hectares que nós pudermos juntar é bom" e "todos são poucos
para aquilo que são as nossas necessidades de aumentar a produção
nacional", frisou a governante.
A ministra que tutela as pastas da Agricultura, do Mar, do Ambiente e
do Ordenamento do Território (MAMAOT) falava aos jornalistas na
Herdade do Zambujeiro, junto a Aguiar, no concelho de Viana do
Alentejo.
A deslocação da ministra assinalou o início do concurso de
disponibilização de terras do Estado para cultivo, através de
arrendamento, que nesta primeira fase vai abranger 600 hectares, ainda
do tempo da reforma agrária.
Assunção Cristas visitou uma dessas parcelas, com cerca de 165
hectares, as quais serão disponibilizadas "a curto prazo e
regulamentadas através de concurso público", segundo informação do
ministério.
"O empenho do Governo é, precisamente, pegar em tudo aquilo que está
disponível e colocá-lo no mercado, especialmente dirigido aos mais
jovens", garantiu.
De acordo com a ministra, "este é o início do caminho que o Governo
quer traçar" e "todo o pequeno hectare" que possa ser disponibilizado,
"para entrar no mercado e para ser aproveitado para a produção para os
jovens, é muito positivo".
A disponibilização de terras pertencentes às direções regionais de
Agricultura e Pescas (DRAP), que não estejam a ser utilizadas, para o
desenvolvimento de projetos do setor agrícola, é um objetivo que o
MAMAOT diz ser "estratégico".
A medida integra o projeto de criação da Bolsa Nacional de Terras, com
o objetivo de promover o aumento da produção agrícola e combater o
abandono de terras.
"Agora, são 600 hectares, 'amanhã' [no futuro] serão mais alguns que
estamos a juntar nas DRAP. Depois, vamos mobilizar também os outros
ministérios para nos darem nota de propriedades que tenham" sem uso,
precisou.
Por último, disse Assunção Cristas, o Governo pretende colocar no
mercado "as terras que não têm dono".
"É um processo equilibrado, dinâmico e que tem pequenos passos. Este é
o primeiro, é simbólico. Nós precisamos muito de mostrar que a
agricultura tem um sentido de futuro e que pode ser uma solução boa
para os jovens e, hoje, vemos que esse interesse é maior", afiançou.
Os preços dos contratos de arrendamento que vierem a ser celebrados
serão "acessíveis, dentro daquilo que é o mercado", garantiu ainda a
ministra, explicando que o objetivo do Estado "não é tanto tirar daqui
um grande rendimento", mas sim reconhecer "o grande rendimento que o
país pode tirar de ter estas terras em produção".
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2422697&page=-1
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