segunda-feira, 16 de abril de 2012

«Pouca prevenção» do Ministério da Agricultura dificulta eficácia, dizem bombeiros

Publicado ontem às 19:12
O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Portugueses (ANBP)
criticou hoje, em Santarém, as «poucas atividades» de prevenção
desenvolvidas ao longo do ano pelo Ministério da Agricultura,
essenciais para garantir a eficácia da primeira intervenção.
No encerramento do 11º Congresso Nacional dos Bombeiros Profissionais,
Fernando Curto elogiou o «grande investimento» no dispositivo para os
incêndios florestais e o «grande empenho e organização» do Ministério
da Administração Interna (MAI) e da Autoridade Nacional de Proteção
Civil.
No entanto, o presidente da ANBP criticou as «poucas atividades
verificadas ao longo do ano no que respeita à prevenção e ao trabalho
do Ministério da Agricultura, para que o trabalho dos bombeiros, que
se encontram no final desta cadeia, possa ser efetuado em pleno, o seu
trabalho com condições para uma primeira intervenção capaz».
O presidente da ANBP criticou ainda o facto de as câmaras municipais,
à exceção de Faro, não estarem a cumprir o decreto-lei que prevê a
passagem dos bombeiros municipais a sapadores, alteração que «não
acarreta quaisquer custos financeiros» e cuja aplicação «vem ordenar a
orgânica» do sector.
Fernando Curto apontou a «enorme falta de efetivos», sublinhando que
às aposentações não corresponde a reposição necessária com novas
entradas, e acusou algumas autarquias de não cumprirem os valores
mínimos nos seguros de acidentes pessoais dos bombeiros profissionais.
No seu entender, «deve ser revista a uniformidade e igualdade dos
seguros no que respeita às apólices e ao apoio que é necessário
existir numa profissão de risco» como a dos bombeiros, referindo em
particular o facto de existirem ainda apólices de seguros que «não
contemplam queimaduras, sendo estes acidentes, tratamentos, operações
plásticas ou outros da responsabilidade» dos próprios.
Fernando Curto sublinhou o facto de ter sido criado um grupo de
trabalho com o MAI, que tem vindo a discutir questões como o horário
de trabalho, o regime de carreiras, o cartão de identificação do
bombeiro profissional, a regulamentação das carreiras da Força
Especial de Bombeiros e a legislação para os bombeiros profissionais
das Associações Humanitárias, entre outras.
O secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D'Ávila,
presente no encerramento do encontro, frisou a importância deste grupo
de trabalho, que tem permitido «conhecer os problemas e expetativas»
dos bombeiros profissionais, mesmo que algumas das propostas não sejam
da competência do MAI.
Lobo D'Ávila prometeu ainda todo o seu empenho na mobilização dos
parceiros e na eliminação dos bloqueios que ainda existam, sublinhando
o papel da ANBP na criação de uma «cultura de segurança» no país.

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=2421515&page=-1

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