A chuva continua a não cair nos campos portugueses e o Governo procura
antecipar o pagamento de 300 milhões de euros de ajudas por parte de
Bruxelas.
O assunto até estaria a ser bem conduzido se a ministra Assunção
Cristas, depois de desencadear o processo de discussão do assunto no
Conselho Europeu de Ministros da Agricultura, tivesse estado presente.
A questão é que a ministra preferiu visitar Angola para procurar
captar investimentos e participar na reunião dos ministros do Ambiente
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), delegando a
defesa dos interesses dos agricultores nacionais no secretário de
Estado da Agricultura. José Diogo Albuquerque até está à vontade nesta
matéria, uma vez que já passou pelos corredores de Bruxelas como
auditor na Direcção Geral da Agricultura dos 27 e como representante
da Confederação dos Agricultores de Portugal junto da Comissão
Europeia, mas a ausência da ministra foi notada e retirou força e
dramatismo à situação que se vive em Portugal. O Instituto de
Meteorologia revelou recentemente que, no final da primeira quinzena
de Março, 53% do território nacional já estava em seca "extrema" e os
restantes 47% encontravam-se em seca "severa". A cada dia que passa a
situação vai-se agravando e os prejuízos vão-se avolumando. Há
culturas definitivamente comprometidas e criadores de gado já sem
pastos ou rações para os animais. Para antecipar a ajuda comunitária
de finais de Dezembro para meados de Outubro, Portugal tem demonstrar
que o seu sistema de controlo de fundos agrícolas funciona
adequadamente, mas também tem de exercer a sua influência na União
Europeia. A ministra Assunção Cristas não pode, por isso, descurar
aquele que é, neste momento, o dossier mais quente e mais urgente do
seu ministério e da agricultura do País.
http://economico.sapo.pt/noticias/assuncao-cristas-a-seca-e-os-agricultores_140799.html#
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