Das 11 obras adjudicadas, só duas foram feitas porque não há
financiamento. E agora, há matéria-prima a mais para as centrais que
existem
José Sócrates, ex-primeiro-ministro
Daniel Rodrigues
23/03/2012 | 17:04 | Dinheiro Vivo
A aposta do Governo de José Sócrates nas energias renováveis incluía a
construção de 11 centrais de biomassa, que iriam gerar investimentos
de cerca de 360 milhões de euros e criar perto de 2.500 postos de
trabalho efetivos.
Contudo, apesar de todas terem sido adjudicadas, apenas duas foram
concluídas, disse ao Dinheiro Vivo, o presidente da Associação
Portuguesa dos Produtores de Energia e Biomassa (APEB), Carlos
Alegria.
De acordo com este responsável, as outras nove unidades atribuídas não
conseguiram até agora arranjar financiamento e algumas das empresas já
chegaram a desistir dos projetos.
A Fomentinvest, de Ângelo Correia, antigo patrão do primeiro ministro,
é uma delas. A empresa ganhou duas centrais, vendeu uma e quer vender
a outra porque já perdeu o interesse na obra, apurou o Dinheiro Vivo.
Das outras empresas que ganharam os concursos e não avançaram com as
obras destacam-se a Águas de Portugal ou a Nutroton, empresa que até
ao final do ano passado era gerida por Marques Mendes.
Segundo Carlos Alegria, o problema tem sido o financiamento. "A banca
não empresta dinheiro porque não há garantia de fornecimento de
biomassa, enquanto que numa barragem há sempre água e numa eólica há
sempre vento", explicou.
No entanto, neste momento, conta o presidente da APEB, "há
matéria-prima a mais porque não há centrais que cheguem para a
processar. Tenho biomassa para três meses na minha central".
Além disso, diz ainda Carlos Alegria, a tarifa a que o Estado paga a
eletricidade produzida nas centrais "é muito baixa" para as exigências
financeiras de uma central.
http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO039430.html
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