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O ministro da Agricultura espanhol, Miguel Arias Cañete, apelou hoje à
Comissão Europeia para que se adiantem para outubro o pagamento de
ajudas aos agricultores espanhóis, flexibilizando o acesso a 5.000
milhões de euros para responder à seca.
Esse é o valor global de ajudas no âmbito da PAC para o setor espanhol
ainda que Cañete admita não estarem totalmente quantificadas as perdas
que a seca extrema que se vive em várias zonas de Espanha e, como tal,
o volume exato de ajudas necessárias.
Cañete formulará o pedido durante o segundo dia do Conselho
ministerial que decorre em Bruxelas e onde Portugal e Espanha vão
informar os ministros sobre a situação da seca na Península Ibérica.
O responsável espanhol disse aos jornalistas que a pluviosidade em
Espanha é 49 por cento inferior à da média dos últimos anos, com
várias regiões do país a enfrentarem situações dramáticas (com
potenciais perdas de centenas de milhões de euros).
As duas delegações ibéricas vão, na reunião, pedir o adiantamento dos
pagamentos de ajudas diretas, autorização para medidas de compensação
aos agricultores, devido aos custos acrescidos motivados pela seca, e
solicitar a flexibilização das condições do regime de prémios para
vacas em aleitamento.
De acordo com um documento que vai ser apresentado ao Conselho, e ao
qual a agência Lusa teve acesso, as pretensões portuguesas de apoio
aos agricultores passam pela "antecipação dos pagamentos diretos e
ligados" e ainda "derrogações no âmbito dos prémios ligados à produção
animal".
O documento que vai ser apresentado no Conselho - onde estará também
presente o comissário europeu para a Agricultura, Dacian Ciolos -
salienta que se perspetiva "uma má campanha de cereais de sequeiro, o
que vem agravar a situação de escassez de alimentos para os animais,
potenciando um aumento ainda maior dos custos de produção".
A par da reunião em Bruxelas, em Espanha, o Governo convocou a Mesa de
Seca que hoje analisará a situação de seca com responsáveis dp setor,
procurando concretizar uma primeira avaliação do impacto por setores e
regiões.
Oficialmente o Governo admite as dificuldades em medir já o impacto,
dada a complexidade do setor agrícola espanhol.
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