sexta-feira, 27 de abril de 2012

AMAVE implementa Plano de Adaptação da Floresta às Mudanças Climáticas

2012-04-27


O Plano de Adaptação da Floresta às Mudanças Climáticas no Ave está a
ser implementado em dez municípios da região minhota. O plano foi
desenvolvido no âmbito do projecto Adaptaclima, que terminou no final
do ano passado, tendo sido co-financiado pelo programa SUDOE através
do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

José Martins, coordenador em Portugal do projecto, explica que entre
os principais impactos das alterações climáticas esperados para a
região em análise está o aumento do risco de incêndios florestais, a
extensão da época de fogos, o maior número de ocorrências de
incêndios, o aumento das vagas de calor, o empobrecimento dos solos, e
a ocorrência de grandes incêndios florestais que se estendem para o
Outono. Ora, tais impactos têm graves consequências ao nível da perda
de diversidade, aumento da erosão, diminuição da produtividade,
mudança do uso do solo, empobrecimento da paisagem, entre outros.

Assim, o Plano de Adaptação da Floresta às Mudanças Climáticas no Ave
apresenta seis grandes medidas, enquadradas no Plano Nacional de
Defesa da Floresta contra Incêndios, de forma a serem compatíveis com
as medidas preconizadas nos Planos Municipais de Defesa da Floresta
contra Incêndios. «As medidas estão a ser desenvolvidas ao nível de
cada município, mas de forma articulada entre todos, visto que o
território abrangido é heterogéneo. Importante é garantir o diálogo
entre as entidades municipais, o que está a verificar-se», sustenta o
também representante da AMAVE – Associação de Municípios do Vale do
Ave lembrando que ainda não está designada a entidade mandatada para
coordenar a implementação do plano, fruto das actuais reestruturações
da administração local.

A elaboração de planos de ordenamento das áreas de montanha é uma das
medidas em causa, que visa aumentar a resiliência do território aos
incêndios florestais e reduzir a incidência dos incêndios. Isto
através da regulação da criação de gado e a racionalização das
queimadas, que poderão, nalguns casos, ser substituídas pelo fogo
controlado. Com o mesmo objectivo está a criação de medidas
legislativas para as áreas de interface urbano-florestal, visto
existirem lacunas legais que dificultam a intervenção em caso de
incêndio junto a aglomerados urbanos ou nas proximidades de casas.

Por outro lado, também estão previstas acções de formação para os
agentes envolvidos na prevenção, vigilância e combate aos incêndios
florestais, a elaboração de estudos técnico-científicos na área das
medidas de emergência de proteção dos solos após incêndios florestais,
a criação de uma rede de postos meteorológicos florestais, de modo a
instalar um sistema de avisos, e actuar ao nível da sensibilização
ambiental para a população, nomeadamente da escolar.

http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=12066

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