26 Abril 2012 | 00:01
Rui Neves - ruineves@negocios.pt
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Sector da saúde fechou 2011 com exportações de 900 milhões de euros
(50% das vendas). O Health Cluster Portugal ambiciona triplicar esta
cifra até ao final da década, para uma facturação global de 4 mil
milhões de euros.
Portugal já está a exportar mais produtos e conhecimento na área da
saúde do que vinho ou cortiça. De acordo com o Health Cluster Portugal
(HCP), as empresas que fazem parte deste pólo de competitividade da
saúde geraram, no ano passado, cerca de 900 milhões de euros de vendas
nos mercados externos, o que traduz um crescimento da ordem dos 30% em
relação à facturação registada no ano anterior. Significa isto também
que, em apenas quatro anos, este sector mais do que duplicou os 400
milhões de euros atingidos em 2007, ano precedente à constituição do
HCP.
Cavalgando esta dinâmica, a fileira portuguesa da saúde compromete-se
a acelerar o ritmo de crescimento nos próximos anos, mais do que
duplicando a facturação, multiplicando ainda por três as exportações,
até ao final desta década. "Temos como objectivo, até 2020, chegar aos
quatro mil milhões de euros de volume de negócios, 70% dos quais nas
exportações, o que significa triplicar os 900 milhões de euros de
vendas ao exterior registadas no ano passado", adiantou ao Negócios
Joaquim Cunha, director-executivo do HCP.
Para os números de 2011 atingidos na frente externa contribuíram as
exportações de produtos farmacêuticos de base, preparações
farmacêuticas, instrumentos e material médico-cirúrgico, e
equipamentos de radiação, electromedicina e eletroterapêutico. Para
Cunha, "o crescimento expressivo no valor das exportações confirma o
potencial de Portugal como um 'player' competitivo no sector da saúde
em nichos de mercado internacionais". E até 2020, projecta o HCP,
prevê-se que sejam lançados "cinco novos fármacos 'made in Portugal'
[no caso, pela Bial] e 50 dispositivos médicos e métodos de
diagnóstico".
Os actuais 127 associados do HCP incluem empresas farmacêuticas e de
biotecnologia (que facturaram em 2011 cerca de 1,25 mil milhões de
euros) e empresas de dispositivos médicos e de serviços (com vendas de
570 milhões de euros), assim como universidades e entidades do sistema
científico e tecnológico. Nenhum outro sector da economia portuguesa
tem tantos doutorados, porquanto toda aquele universo emprega 2.500,
dos quais 160 trabalham nas empresas.
Portugal, um 'player' competitivo
Constituída em 2008 e presidida por Luís Portela, "chairman" de um
"porta-aviões" sectorial chamado Bial, o HCP é um pólo que converge
"em torno de uma ideia muito forte e galvanizadora: transformar o
nosso País num 'player' competitivo na investigação, concepção,
desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e serviços
associados à saúde".
Desafiado a fazer um balanço de quatro anos de HCP, Joaquim Cunha
desfiou "duas ou três ideias" que considera fundamentais. "A primeira
é a da colaboração entre as empresas, entre as instituições
científicas e entre este dois grandes 'mundos'. É uma das
contribuições que o Health Cluster tem dado. Deu visibilidade ao
sector, juntou protagonistas, activou e tem vindo a induzir projectos
que juntam entidades de ambos os lados. Acho que essa aposta está
minimamente conseguida", regozijou-se.
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