Lusa
18 Jun, 2012, 15:49
A diretora-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição
(APED) leva terça-feira a Bruxelas os "muitos bons exemplos" nacionais
de boas práticas na cadeia agroalimentar, onde garante haver uma
crescente "aproximação entre a produção e a distribuição".
Em declarações à agência Lusa, Ana Isabel Trigo de Morais adiantou que
irá participar no `workshop` "Relações ao longo da cadeia
agroalimentar", promovido no Parlamento Europeu pela eurodeputada
portuguesa Maria do Céu Patrão Neves, para mostrar "o que se faz bem
em Portugal" a este nível.
No seminário, destacou, participarão "muitos deputados do parlamento
europeu com responsabilidade na área alimentar".
"O que a APED leva para este `workshop` é um exemplo daquilo que se
faz bem em Portugal e dos compromissos que o setor tem no mercado
nacional e que assentam em dois pilares principais: responder às
necessidades do consumidor e dar preferência aos produtos e produtores
nacionais", afirmou Isabel Trigo de Morais.
Considerando que Portugal tem "muitos bons exemplos para mostrar" e
"cartas a dar nesta matéria", a diretora da APED recordou as cada vez
mais frequentes iniciativas de "aproximação" entre a produção e a
distribuição agroalimentar, que "podem ser seguidas noutros mercados".
Como consequência, destacou, nos últimos anos as várias insígnias da
distribuição "têm conseguido fortalecer a sua estratégia de compra
nacional": em 2011, 98 por cento das aves vendidas pelas empresas
associadas da APED tinham origem nacional, o mesmo acontecendo com 95
por cento das carnes de suíno, 91 por cento dos queijos, 82 por cento
da fruta e 81 por cento da carne de bovino.
Algo que, frisou, "é um resultado conjunto [do trabalho desenvolvido
pelas] insígnias da distribuição com o setor da produção", que a APED
diz ter "também evoluído muito nas suas relações comerciais e de
fornecimento à grande distribuição".
Segundo salientou, esta integração entre produção e distribuição tem
também "gerado frutos" a nível da internacionalização, "fazendo com
que as pequenas e médias empresas do setor agroalimentar em Portugal
tenham passado a colocar produtos seus noutros mercados".
Ainda assim, a responsável admite que o setor enfrenta atualmente "uma
conjuntura muito difícil" que coloca, nomeadamente os produtores,
"debaixo de enormes dificuldades": "O setor da produção tem estado
sujeito a fatores que têm tornado muito difícil o seu trabalho e esses
problemas começam a montante da cadeia, com as crises da variação do
preço dos alimentos para animais, os elevadíssimos custos de contexto
e a carga fiscal muitas vezes difícil de suportar", considerou.
Contudo, disse, o consumidor português está "cada vez mais sensível à
compra do produto nacional" e, reconhecendo-se os problemas mútuos,
"cada um com o seu papel na cadeia agroalimentar tem desafios a
ultrapassar".
"Existe a preocupação de, com diálogo, transparência e reconhecimento
dos problemas que temos para resolver, continuar este caminho de
evolução para uma relação o mais equilibrada possível entre os vários
atores desta cadeia", sustentou, garantindo que quer a APED,
"institucionalmente", quer os seus associados, "nas suas estratégias
específicas", têm trabalhado neste sentido.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=563322&tm=6&layout=121&visual=49
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