Vinho do Porto: sector pede “uma hora de trabalho” ao Governo para salvar exportações

Apoio à promoção

20.06.2012 - 13:36 Por Rosa Soares


A AEVP quer lançar um plano de promoção do vinho do Porto, suportado
integralmente pela comércio
(Foto: Adriano Miranda)
A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) tem um projecto de
promoção, de dez milhões de euros, para reverter a queda acelerada das
exportações do Vinho do Porto. A iniciativa não implica qualquer custo
para o Estado, apenas "uma hora de trabalho" do Governo, mais
concretamente da Ministra da Agricultura, defende a associação.

Em conferência de imprensa, realizada nesta quarta-feira no Porto, a
direcção da AEVP denunciou "a falta de vontade política para resolver
os problemas do sector que, possivelmente, vai manter este ano o nível
de produção ou quando muito um ligeiro aumento, porque a queda das
vendas tem sido contínua nos últimos 12 anos. Em quantidade, o sector
revela uma queda percentual de 13,8% e, em valor, de 59 milhões de
euros.


Para inverter a queda do sector, a AEVP quer lançar um plano de
promoção, que será suportado integralmente pela comércio, através da
criação de uma taxa extraordinária, e de fundos comunitários. Como
contrapartida, quer que o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto
(IVDP), cujo custo de funcionamento é integralmente custeado pelo
sector, seja transformado em organismo privado de utilidade pública.

Com isso pretendem evitar que o Governa volte a retirar dinheiro do
IVDP, como aconteceu em 2011, quando retirou oito milhões de euros
para os cofres do Estado, dinheiro que tinha resultado exclusivamente
de taxas pagas pelo sector e que se deveria destinar à promoção.

Há uma ano, a AEVP com a proposta a proposta do IVDP, e recebeu do
secretário de Estado que tem a tutela do Instituto, Daniel Campelo, a
indicação de que se a proposta fosse de toda a fileira, ou seja, da
lavoura e do comércio, seria aceite. Em Março, o antigo autarca de
Ponte de Lima recebeu a proposta e, até agora, nada fez. Entretanto, o
IVDP foi recentemente integrado na orgânica pública do Estado, o que
reforça os poderes do Estado num organismo totalmente financiado pela
produção, o que desagrada ao sector.

O presidente da AEVP, António Saraiva, queixa-se "de falta de respeito
para com o sector" e defende que o sector tão importante "não pode ser
politizado e sujeito a ciclos políticos".

A AEVP tem mantido uma divergência com a estratégia de promoção do
IVDP. A primeira entende que a promoção tem de ser feita através das
marcas, que são quem exporta, e quer apoiar essas acções. O IVDP tem
privilegiado a promoção do produto.

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