Rio+20
21 Junho 2012 | 07:50
Lusa
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A ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção
Cristas, considera que o documento final da conferência Rio+20 inclui
compromissos que constituem avanços claros, mas afirma que a União
Europeia tinha ambições maiores.
Em declarações aos jornalistas, no Rio de Janeiro, Assunção Cristas
fez um balanço do texto que foi acordado entre os representantes dos
países membros das Nações Unidas para ser apresentado como documento
final da conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio+20.
"Eu penso que é um consenso positivo. Alguns pensavam que não seria
possível sequer chegar até aqui. Com certeza que a nossa ambição é
sempre maior, mas estas matérias fazem-se caminhando", afirmou a
ministra do Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do
Território.
Questionada se considera que o acordo político alcançado ficou aquém
das expectativas, Assunção Cristas respondeu que "com certeza que
havia ambições maiores, nomeadamente por parte da União Europeia, mas
que ficaram com um roteiro para posterior desenvolvimento".
"É assim que estas coisas vão andando", acrescentou.
"Enquanto que noutras matérias se diz que para dançar o tango é
preciso dois, aqui nas Nações Unidas para darmos passos é preciso que
todos dancem no mesmo sentido, no mesmo compasso, e como é evidente,
não é fácil", observou Assunção Cristas.
Segundo a ministra do Ambiente, seria bom que tivesse havido "uma
definição clara dos objetivos de desenvolvimento sustentável, com um
calendário claro", o que não aconteceu.
"Ficou a ideia de que vamos desenvolver em conjunto objectivos de
desenvolvimento sustentável, ficou a ideia clara de que vamos
desenvolver o Programa das Nações Unidas, e talvez no futuro possa ser
possível caminhar para uma verdadeira agência, que era uma pretensão
da União Europeia", referiu.
"Neste momento não foi possível chegar à agência, mas foi possível
dizer-se que há um reforço claro, com a participação de todos os
Estados-membros, portanto, com o princípio da universalidade na gestão
deste programa das Nações Unidas, que era o que não acontecia até
agora, com mais reforço da própria liderança do secretário-geral das
Nações Unidas", assinalou.
Por outro lado, no seu entender, foi "algo muito importante" ter-se
gerado "um consenso em torno do conceito de economia verde como um
meio para um desenvolvimento sustentável", ou seja, um desenvolvimento
feito "de forma respeitadora do ambiente".
Assunção Cristas realçou ainda os parágrafos do documento final da
Rio+20 dedicados à preservação e à exploração sustentável dos oceanos,
adiantando que "Portugal esteve bastante por detrás dessa parte".
"Portanto, o que posso dizer é que em todos os dossiês, em todos os
pontos houve avanços claros, nuns casos mais fortes do que noutros,
mas há um roteiro que foi apontado e há muito trabalho a desenvolver
para dar execução àquilo que sai aqui do Rio+20", concluiu.
Para além da ministra do Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território, também o primeiro-ministro, Pedro Passos
Coelho, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo
Portas, se encontram no Rio de Janeiro para participar na Rio+20, que
teve início na quarta-feira e termina na sexta-feira.
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