domingo, 12 de maio de 2013

Merkel propõe acordo internacional para redução do efeito estufa

06 de Maio de 2013•17h04 • atualizado às 18h44



Chanceler alemã defendeu posição durante discurso de abertura do
Diálogo do Clima de Petersberg

A chanceler alemã, Angela Merkel, propôs durante seu discurso de
abertura do Diálogo do Clima de Petersberg, um acordo internacional
para redução do efeito estufa, a ser implementado a partir de 2020.
Segundo ela, a Europa ainda é pioneira, mas o apoio de parceiros
internacionais é crucial para proteção do clima. "Não tenho ilusões
sobre o volume de trabalho que ainda há pela frente", declarou nesta
segunda, em Berlim.

A conferência reúne 35 nações na busca de soluções para a proteção do
clima global. Juntos, esses países são responsáveis por 80% da
produção mundial de gases do efeito estufa.

Merkel propôs que até 2015 seja firmado um acordo climático global
vinculativo, com o fim de evitar que o aquecimento global supere os
2°C em relação à era pré-industrial. O documento deveria entrar em
vigor a partir de 2020, estipulando para mais de 190 países uma meta
de redução obrigatória das emissões de gases-estufa. A chefe de
governo enfatizou que "esperar não é uma opção" e que não fazer nada
acabará saindo, no total, "muito, muito mais caro" do que reagir.

Golpes na luta contra o efeito estufa
Em termos de proteção do clima global, nos últimos tempos a Europa tem
feito mais retrocessos do que apresentado vitórias. A queda dos preços
dos créditos de emissão de dióxido carbono, por exemplo, é responsável
por manter a lucratividade do carvão mineral como fonte de energia.
Até a Alemanha, autointitulada pioneira em termos da proteção do
clima, registrou aumento de 2% das emissões de CO2 em 2012, pela
primeira vez em muitos anos. Isso, apesar do avanço da energia solar e
eólica no país.

Apesar desses dados negativos, Merkel observou que considera
"totalmente inadequado" afirmar-se que a Europa não é mais pioneira na
proteção do clima. Tanto a Alemanha quanto a União Europeia desejam
continuar esse papel, assegurou, mas sem novos parceiros
internacionais a Europa nada conseguirá, apontou, antes de insistir
que todos os países industrializados devem se comprometer a uma
redução substancial de suas emissões de CO2, além de ajudar as nações
mais pobres a igualmente contribuir nesse sentido, com tecnologias
inovadoras e sem colocar em risco o crescimento econômico.

A premiê lembrou ainda que há muitas iniciativas individuais
relevantes no mundo, como a introdução do comércio de créditos de
poluição na Califórnia, ou a coibição do desmatamento no Brasil. No
entanto concluir um novo acordo internacional sobre o clima ainda é o
começo de uma longa caminhada, afirmou.

Merkel defendeu uma "reforma total" do sistema de comércio de
certificados de CO2. Devido à crise financeira na UE, os preços dos
certificados caíram, e com eles o incentivo em reduzir a emissão de
gases-estufa. No entanto, quando se cria um instrumento de economia de
mercado para o qual as taxas de crescimento econômico são "essenciais"
- como é o caso do comércio de emissões -, "então não pode ser tabu a
pergunta se não é possível revisá-lo".

Rumo à Polônia
Ainda defendendo a posição europeia como pioneira, a chanceler lembrou
que os países da UE estão discutindo a possibilidade de elevar de 20%
para 30% a meta de redução de emissões de CO2, até 2020. Assim se
poderia aumentar a pressão sobre os demais países, para que façam mais
nesse sentido. No entanto há resistência, sobretudo por parte da
Polônia, que possui numerosas usinas termoelétricas a carvão.

No final de 2013, Varsóvia será sede da próxima conferência climática
da ONU. Segundo o ministro polonês do Meio Ambiente, Marcin Korolec,
seu país faz bastante em prol do clima: mesmo havendo duplicado seu
rendimento econômico, nos últimos 20 anos, a Polônia conseguiu reduzir
em quase um terço suas emissões CO2, apontou.

Os Diálogos do Clima de Petersberg servem como preparativo para as
conferências mundiais do clima das Nações Unidas. Os encontros devem
seu nome ao local, nas proximidades da cidade alemã de Bonn, em que se
realizaram pela primeira vez, em 2010.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/dialogo-do-clima-reune-representantes-de-35-nacoes-em-berlim,2aab94174c97e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

Sem comentários:

Enviar um comentário